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Blogs e a pergunta que não quer calar

ter, 21/12/10 por Alexandre Inagaki | categoria Blogosfera

Em todos estes anos trabalhando nesta “indústria vital”, eu nunca deixei de ouvir uma pergunta em todos os eventos que reúnem blogueiros desde que participei do BarCamp São Paulo. Para quem não sabe, este evento organizado por André Avorio nos dias 24 e 25 de março de 2007, representou o pontapé inicial de todos os BlogCamps que foram realizados no Brasil de lá para cá.

BarCamp Sampa em 2007

Recordar é viver. Quantas figurinhas carimbadas da blogosfera você reconhece nesta foto de março de 2007, publicada no blog do Tiago Dória?

Os blogueiros das antigas, que já participaram dos BlogCamps organizados desde 2007 e de outros eventos como a Campus Party Brasil, não aguentam mais ouvir falar na pauta que sempre é levantada por algum incauto na multidão: como ganhar dinheiro com blogs? E não preciso pegar uma carona no DeLorean da memória para relembrar discussões acaloradas e as polemizações de sempre envolvendo blogueiros que “traíram o movimento”, posts paraquedistas, uso indiscriminado de Google Adsense e programas de afiliados, publieditoriais, jabás, posts patrocinados, yada yada yada. Enfim, os mesmos papos sobre monetização que acabaram por inspirar uma piada genial do Luiz Biajoni.

Monetizando blog

A inusitada participação do pintor Claude Monet nos debates que envolveram a blogosfera brasileira.

Já me manifestei sobre o assunto várias vezes, e minha opinião não mudou muito de lá para cá. A resposta definitiva para quaisquer questões relacionadas a monetização é simples: a chave está na produção de conteúdo inédito e relevante. Se você publicar posts capazes de apresentar um conteúdo diferenciado do que já estamos habituados a encontrar em portais ou outros blogs, paulatinamente se fará conhecer. Expresse opiniões, compartilhe conhecimentos, dê a cara a bater. E escreva sobre os assuntos que você melhor domina, ao invés de agir feito mais uma maria-vai-com-outros, postando sobre os temas e as celebridades da vez só porque teoricamente eles gerarão mais visitas. Destacar-se da multidão, em especial numa época na qual há milhões de pessoas produzindo conteúdos em blogs, Twitter, Facebook, Flickr e YouTube, não é tarefa fácil.

É bom lembrar, porém, que há diversas e diversas maneiras de usar blogs como maneira de ajudar a manter o nome limpo no SPC e Serasa. Vide, por exemplo, o caso do Papo de Homem. Criado há quatro anos pelo publicitário Guilherme Nascimento Valadares sob o conceito de lifestyle magazine, o PdH cresceu a tal ponto que, de blog, acabou por se tornar um portal de conteúdos voltados para o público masculino. Como resultado de todo o trabalho desenvolvido até hoje, o Papo de Homem possui nove funcionários (sendo seis deles em tempo integral), provando que blogs podem, sim, representar o ponto inicial para a criação de novos e promissores negócios.

Papo de Homem: um blog que virou empresa.

Papo de Homem: exemplo de blog que virou empresa.

Há diversos outros exemplos de sucesso na blogosfera brasileira, provando que só os caducos da vida digital ainda são capazes de definir blogs como “diarinhos online”, estereótipo que foi muito disseminado no começo desta década. Vide, por exemplo, o “business plan” de um blog como o Amélias, que foi criado a partir da necessidade de divulgação de produtos ligados a um e-commerce, no qual as pautas eram criadas a partir das ofertas promovidas por uma loja virtual. Ou o Garotas Estúpidas, da pernambucana Camila Coutinho. Além de promover o concorrido evento Shopping Day, reunindo leitoras para um dia de compras, Camila teve o privilégio de ver o Garotas Estúpidas sendo citado como um dos 45 blogs de moda mais bacanas do mundo pelo site da Vogue Paris.

Mas o caso é que os blogs não são nada mais do que ferramentas de publicação que facilitam a vida de quem deseja compartilhar ideias, fazer novas amizades e puxar uma cadeira na imensa mesa de bar da Internet. Assim como existem livros que compilam receitas, elencam dicas duvidosas de autoajuda, reúnem poemas, romances épicos ou confissões cotidianas, também existem blogs para todos os gostos, sexos e públicos. Fazer negócios é apenas uma das muitas facetas de uma ferramenta fantástica, que possibilitou que um taxista como Mauro Castro iniciasse carreira literária, um cardiologista como o Dr. Leonardo Diamante começasse a blogar aos 65 anos de idade e uma mãe como Odele Souza criasse o blog Flávia Vivendo em Coma para denunciar ao mundo o caso de sua filha, que está em coma há mais de 12 anos em decorrência de um acidente provocado pelo ralo de uma piscina.

Por causa destes e de tantos outros motivos personificados pelos muitos amigos que fiz graças ao meu blog pessoal, não posso deixar de dizer que fico meio frustrado quando vejo a insistência com que ainda me fazem a tal pergunta que não quer calar. Ok, não sejamos hipócritas: como diz aquela piada surrada, dinheiro não traz felicidade, mas pode encomendá-la por delivery. Porém, há razões muito mais gratificantes para começar a escrever em um blog. A vida é boa e cheia de possibilidades. =)

8 Comentários para “Blogs e a pergunta que não quer calar”

  1. 1
    Marcos Lemos:
    21 dezembro, 2010 as 20:00

    Essa pergunta ingrata é sempre feita por aqueles que (ao menos na maioria dos casos) quer um jeito fácil de se dar bem e ganhar dinheiro sem esforço.
    É possível ganhar dinheiro com praticamente tudo, inclusive com blogs, mas é preciso trabalhar para isso, se queremos ganhar dinheiro honestamente.

    Mas é verdade, poucos são os que realmente se dedicam e se importam com o que estar na blogosfera pode proporcionar: interação, compartilhar informações, aprofundar conhecimento, entretenimento e tantas outras coisas.

  2. 2
    Pedro Zambarda:
    21 dezembro, 2010 as 21:49

    Essa pergunta é quase tão cretina quanto fazer dinheiro com livros. Dai chovem filões de auto-ajuda, religiosos e qualquer assunto que seja apelativo.

    As pessoas perdem a oportunidade de brincar com o formato (pessoal que faz vídeos e tá bombando sabe o porquê disso) e com o conteúdo (vários blogueiros originais que estão crescendo e montando empresas).

    Compradores para vendedores de originalidade não vão faltar. Muito mais do que auto-ajuda.

  3. 3
    Gino Olivato:
    21 dezembro, 2010 as 23:48

    Concordo em gênero, número e grau, blogar é, acima de tudo, paixão por compartilhar suas idéias com o mundo. Foi assim que o http://www.macminds.com.br surgiu, de tanto que meus amigos pediam dicas sobre Apple que resolvi colocar tudo em blog. Quando me perguntam se “dá dinheiro” respondo: paga a conta de luz… O prazer de escrever, e ser lido é o que importa. E para isso só tem uma formula: CONTEÚDO!

    Abs

    Gino

  4. 4
    Henrique Picanço (@henriquepicanco):
    22 dezembro, 2010 as 15:10

    Eu escrevo no meu blog sobre tecnologia, escrevia desde maio no blogger, mais percebi que precisava melhorar, pois só postava notícias, e logo depois que alguns blogs como o Tecnoblog e o Olhar Digital já publicavam a mesma notícia. Então, mudei meu blog para WordPress.org, coisa que eu queria a tanto tempo, e recomecei do zero o Blog do Henrique Picanço. Estou tentando fazer conteúdos diferenciados, e certamente conseguirei…

  5. 5
    Odele Souza:
    23 dezembro, 2010 as 2:23

    Olá Inagaki,

    Você é um menino muito conceituado na blogosfera. E percebi que é querido também. Uma vez li a Rosana Hermann se dirigir a você no Querido Leitor, “Ina”. achei carinhoso. – Ina – É o que você desperta em mim: Carinho. Além de respeito, claro. Há tempos, você mencionou o blog de Flavia em seu Pensar Enlouquece. E agora, novamente você menciona o trabalho que venho fazendo no blog Flavia, vivendo em coma, para divulgar o acidente ocorrido com minha filha e alertar para o perigo dos ralos de piscinas. Muito obrigada! É Ina, você tem toda a razão: Os blogs, longe de ainda serem considerados “diários virtuais” podem ser uma poderosa mídia para divulgar idéias e conscientizar pessoas. Através do blog de Flavia, estou certa disso, foi possível conscientizar muitas pessoas sobre o perigo dos ralos de piscinas e da necessidade de exercermos a nossa cidadania. .No Dia 1o de Janeiro de 2011, o blog Flavia, vivendo em coma. vai completar quatro anos e tem sido gratificante “viajar”com Flavia pelo mundo e ter conseguido, através do blog, dar “voz e movimentos” à Flavia, que mesmo em coma, – dentro do que lhe é possível – tem exercido a cidadania que lhe foi roubada.

    Muito obrigada Ina, pela referência ao blog Flavia, vivendo em coma, também aqui nesta sua coluna da Globo.com.

    Um abraço!

  6. 6
    Marcelo Vitorino:
    30 dezembro, 2010 as 1:14

    Grande Ina, valeu por lembrar do Amélias! Abraço!

  7. 7
    Sheherazade:
    3 janeiro, 2011 as 3:38

    Nada paga a satisfação que o blog nos dá de receber comentários e poder contatar pessoas espalhadas pelo mundo inteiro, fazer amigos, dar risadas, receber informações, prestar solidariedade, etc…. Isso tudo é impagável. Conheço a luta e a saga da Odele que utiliza o seu blog FLÁVIA, VIVENDO EM COMA, a fim de alertar as pessoas contra o perigo sorrateiro que existe no uso de piscinas que não observam as normas de segurança para os seus usuários e parabenizo-o pela citação, que é, também, um meio de divulgação do seu importante conteúdo.
    Um abraço!

    R: Concordo contigo. E seu nickname me faz lembrar de um uso básico dos blogs: contar histórias, tal qual costumavam fazer ao redor de fogueiras a céu aberto. Um abraço.

  8. 8
    Grace Olsson:
    4 janeiro, 2011 as 19:42

    Ina, blog é vida, amor, emocao e paixao.
    Blog é compartilhar. Como faz Odele e tantos outros.
    eu tenho 6 anos de Blogosfera. mas, sempre com um objetivo: falar o que eu penso e , tbm, MOSTRAR O MUNDO PELA MINHA ´OTICA DE FOTÓGRAFA.
    Dias felizes

    R: Grace, faço minhas as suas palavras sobre a definição de blog. Um abraço!

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  • Alexandre Inagaki

    Alexandre Inagaki é o autor dos blogs Pensar Enlouquece, Pense Nisso e Pop Cabeça, colaborador das revistas Pix, Trip e Rolling Stone Brasil e curador de eventos como a Campus Party Brasil e o Social Media Brasil. Também é air drummer, poeta bissexto, japaraguaio, cínico cênico e torcedor do Guarani F.C., não necessariamente nesta ordem.

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