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Chromebook e o “sonho” do Network Computer

ter, 17/05/11 por augusto | categoria Google, Hardware, Nostalgia | tags 1984, Chrome OS, Google, Mercado

Um computador pessoal que serve apenas como canal para recursos externos pode ser um sonho ou um pesadelo, dependendo de como você o analisar.

A versão moderna deste conceito, materialixada em uma linha de dispositivos chamados de Network Computer, geralmente sem disco local, com pouco poder de processamento, baixo custo, servindo essencialmente como interface entre o usuário e recursos informatizados que residiriam “na rede”, vem datada corporativamente de 1996, quando a Oracle (com parceiros como Sun e IBM) tentou fazê-la pegar no mercado.

Era uma época em que muitos de nós tínhamos PCs em casa, a Internet comercial no Brasil era um fenômeno recente, e muitos de nós sonhávamos com o ganho de desempenho que poderíamos ter quando conseguíssemos fazer um upgrade para um modem discado de 56Kbps.

Mas as grandes empresas já dispunham de conexões (ao menos as de redes locais) de velocidade mais alta, e naquele tempo a ideia de Network Computer (como o Acorn Netstation de 1996, mostrado na foto acima) não tinha como pressuposto básico a conectividade à Internet – servidores locais eram um foco forte.

Na época, a ideia em si acabou não vingando, por fatores diversos – incluindo o barateamento dos componentes de hardware para montar computadores completos -, e acabou se aposentando na virada para o século XXI, embora antecessores (como os terminais) e concorrentes (como os thin clients) floresçam até hoje.

A novidade vem em ondas

Mas se o sonho da Oracle não virou realidade na época, a ideia de transformar o computador do usuário final em uma mera interface para recursos disponíveis em um ponto central também não morreu.

A explosão da popularidade da Internet, alimentada e alimentando uma expansão da velocidade das conexões típicas, conduziu a uma realidade em que muitos serviços que anteriormente eram armazenados e processados no computador de cada usuário passassem a ser oferecidos cada vez mais via web.

Os assim chamados “aplicativos na nuvem” hoje são vistos com naturalidade até mesmo por pessoas que algum dia já passaram dificuldade tentando fazer o Trumpet Winsock (ou o minicom do Linux) discar para o provedor para conseguir uma conexão à Internet a 9600 bits por segundo (ou bem menos que isso – eu já me conectei à internet fazendo interurbano com um modem de 1200bps…)

Em suma, acabamos chegando a um momento em que o navegador web é o principal ambiente operacional visualizado por muitos usuários, chegando em alguns casos a ser o único.

O Chromebook é o herdeiro

E é neste cenário que acabamos de ver, na semana passada, a apresentação do Chromebook, que pode ser visto alternativamente como o herdeiro ou a reencarnação do Network Computer de 15 anos atrás – especialmente quando consideramos a coincidência de que Eric Schmidt, CEO da Google durante a gestação do novo produto, foi CTO da Sun quando a ideia do Network Computer estava sendo concebida por lá.

O Chromebook é um computador móvel otimizado para a web, e construído (por várias empresas parceiras do Google – o da foto abaixo é da Samsung) para ser uma janela para a Internet por meio dos serviços do Google.

Toda a sua interação ocorre dentro ou ao redor do navegador Chrome, e até mesmo o login do usuário ocorre pela sua conta no Google, embora haja providências crescentes para permitir que as aplicações web (como o Gmail, ou o Google Docs) possam continuar sendo usadas caso o Chromebook fique offline.

No âmago do seu ser, ele roda o kernel Linux e vários outros softwares livres, mas estes não estão configurados da forma usual, que permitiria ao usuário grande amplitude de opções: o sistema é todo montado para servir à opção já escolhida pelo Google, de oferecer um ambiente específico, simples, único e estanque (ao menos da porta da rua pra dentro, como se diz).

Há oportunidade de variação quase infinita, naturalmente, mas ela ocorre dentro da janela do navegador, acessando a Internet – ou dando um jeito de reinstalar o sistema operacional, para transformar o Chromebook em um singelo netbook comum.

Gestores, usuários e você

Sob o ponto de vista de negócios, a proposta que o Google trouxe para os gestores corporativos e educacionais parece muito boa. Para os usuários, resta observar (e só poderemos fazê-lo apropriadamente a partir do mês que vem), mas não duvido que muitos vejam de forma positiva esta solução bem amarrada em um belo pacote.

Pessoalmente, já usei netbooks ao longo de meses sem precisar de nada além do navegador – e às vezes vendo o que estava presente além do navegador como um obstáculo à minha produtividade. Mas quando algo inesperado acontecia, era bom ter os aplicativos locais, a possibilidade de um login local, o armazenamento local, e a possibilidade de funcionar sem conexão.

Tenho curiosidade de experimentar um Chromebook para ver se na prática ele deixa ocorrer a mesma demanda, mas minha curiosidade maior é ver como o grande conjunto dos usuários finais vai reagir a ele – aqui e lá fora. Minha impressão é de que o nicho que ficará satisfeito com as vantagens permitidas pela funcionalidade restrita oferecida pelo aparelho é considerável, mas veremos bastante barulho a cada vez que algum “formador de opinião” tropeçar nas limitações.

Uma coisa é certa: o mercado (produtores de hardware, de software e distribuidores de conteúdo) se encaminha nessa direção, rumo ao “Network Computer do século 21″. Minha dúvida é: será que este título vai chegar a ser conquistado pelo Chromebook, ou ele será mais um dos que se aproximarão sem atingir, abrindo caminho para um produto futuro que agrade melhor ao consumidor?

3 Comentários para “Chromebook e o “sonho” do Network Computer”

  1. 1
    Anderson Paixão:
    18 maio, 2011 as 21:34

    Trabalho com internet, adoro o google e essa coisa do aparentemente free. Mas minha preocupação é em relação, ao programas da adobe, programs como 3dsmax. Será que terão suporte.

  2. 2
    Gilberto Gomes:
    19 maio, 2011 as 16:21

    Anderson, não sei se você chegou a ver o texto todo, mas o papel do chromebook como a própria reportagem diz é ser uma janela já otimizada pela Google, para aquilo que ela JÁ DETERMINOU e COMO ELA JÁ DETERMINOU, portanto, acredito que para profissionais de midia ele não seja indicado como estação de trabalho, mesm porque esse NÃO É o conceito do chromebook que é ser um netbook mais leve pois tudo que ele precisa para operar está na nuvem.

    Abraços

  3. 3
    Felipe Lima:
    22 maio, 2011 as 3:27

    Hoje os tablets e os smartphones já funcionam, uma versão mais moderna do conceito descrito, como Network Computer.

    São aparelhos de baixo processamento e que funcionam como interface para acessar e se comunicarem.

    E tem a vantagem de serem móveis.

    att+

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  • Augusto Campos

    Augusto Campos mantém o BR-Linux.org, site da comunidade Linux brasileira que está no ar desde 1996. Especialista em implantação de software livre, atua na cena open source brasileira desde seu início.

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