De fotos casuais a profissionais, a relação entre o fotógrafo e os pontos de iluminação é sempre um desafio. Conheça técnicas, configurações e truques para obter boas imagens mesmo quando a luz não ajuda.
O importante é testar as possibilidades do seu equipamento e utilizar a configuração ideal para cada clique, já que nem sempre podemos controlar a iluminação do ambiente onde estamos.
Aprenda a usar o foco manual de sua câmera para obter melhores cliques

Ajuste a sensibilidade (ISO) em ambientes escuros
No modo “easy”, a câmera aumenta automaticamente a sensibilidade ISO do sensor para captar mais detalhes da imagem, de acordo com a luz do ambiente.
Mas o ideal é que você conheça as possibilidades de sua câmera e use a ISO que permite captar imagens sem perda de qualidade, pois, quanto maior a sensibilidade, maior é o risco de obter ruído na imagem.

Vale lembrar que quanto maior a sensibilidade, maior será a velocidade que você poderá atribuir ao obturador, evitando imagens tremidas.
Conforme observamos na imagem acima, com ISO 100 (uma baixa sensibilidade) a imagem ficou “tremida”, pois a câmera precisou de mais tempo para registrar a imagem e a modelo se movimentou. Por outro lado, a imagem capturada com ISO 6400 (uma sensibilidade alta) a câmera registrou a imagem muito rapidamente (imagem “congelada”), mas apresentou ruído. Neste situação o melhor seria continuar a fotografar com sensibilidade ISO entre 800 e 1600.
A iluminação ideal para objetos pequenos
Para obter imagens impecáveis de objetos pequenos com fundos neutros (branco, preto ou colorido), profissionais utilizam a “tenda de luz”, também chamada de “barraca de luz” ou “barraca difusora”.
O termo “difusor” é atribuído pelo fato das laterais e topo serem feitos de material translúcido. Isto permite suavizar a luz que entra na tenda, iluminando o objeto de maneira mais uniforme, suavizando as sombras.

As versões profissionais menores (30 x 30 x 30 cm) podem ser encontradas a partir de R$ 100, mas improvisando com materiais com uma caixa de papelão, você não gastará muito. Utilizando uma caixa de papelão, tecido e fita adevisa, é possível construir sua própria tenda. Em outro exemplo, o fotografo utilizou apenas um balde branco translúcido.
Em nossa matéria sobre como fotografar objetos que refletem, ensinamos algumas técnicas para fotografar este tipo de objeto sem que o reflexo do ambiente e do próprio fotógrafo interfira na imagem.
Usando flash em fotos macro
Quem já tentou usar o flash embutido da câmera em fotos macro deve ter percebido que os resultados não são nada legais. O equipamento indicado para esta situação é o flash circular (“ring flash”).

Flash circulares podem ser encontrados a partir de aproximadamente R$ 200, e as versões mais avançadas custam mais de R$ 2.000. Mas também é possível improvisar um difusor que pode te ajudar a obter resultados razoáveis. Você deve utilizar materiais translúcidos, fazer um orifício que permita encaixar na lente, e o “anel” irá distribuir a luz ao redor da lente.

Improvisando iluminação com difusores
O “softbox” é um equipamento profissional utilizado em conjunto com refletores (lâmpada) para iluminar objetos e pessoas. O softbox é como uma a armação de um abajur, com um tecido translucido na frente para suavizar a luz. E o refletor seria a parte elétrica, onde se encaixa a lampada.
Profissionais usam refletores com softbox, presos a um tripé que possibilita ajuste de direção a altura. Caso deseje adquirir este tipo de equipamento, fique atento, pois estas partes são vendidas separadas.

Você pode improvisar um difusor com uma simples folha de papel enrolada e fixada com clipes sobre um abajur de mesa.

As luminárias com braços flexíveis são ideais para você direcionar a luz para onde deseja, e fotografar pessoas, ambientes e objetos como desejar.
No exemplo abaixo, observe que a sombra projetada é bem mais suave quando usamos o difusor. Além disso, as cores do objeto são melhores retratadas, pois as áreas brancas provocadas pelo excesso de luz se amenizam (algo semelhante acontece com rostos).

Ajuste a potência do flash
Quando câmera ajusta automaticamente a potência do flash, geralmente os resultados não agradam. Este é um dos motivos que leva muitas pessoas a criarem certa resistência ao uso de flash.
Acredite, o flash é seu amigo. É possível ajustar sua potência para evitar a “cara de susto” e a formação de sombras muito fortes. A diferença entre os resultados usando a potência incorreta e a ideal é absurda.

O sistema de medição da luz do ambiente em câmeras avançadas geralmente acerta na configuração da potência do flash. Mas esta é uma questão de gosto e percepção de cada pessoa. Se você não está usando um equipamento profissional e o ambiente está escuro, não há problemas se a imagem ficar um pouco escura. Não é preciso aumentar a intensidade do flash a ponto de deixar as pessoas com “cara de susto”.
Conheça os difusores de flash
O flash é uma luz muito potente, que promete ser útil para fotografar ambientes e objetos. Por isso, ele pode parecer excessivo quando fotografamos pessoas e objetos quando estão próximos. Se diminuir a potência do flash não é suficiente, você pode usar o difusor de flash para suavizar seus “efeitos colaterais”.
Há modelos para câmeras compactas que possuem sapata, onde o difusor ficará à frente do flash. Pode parecer desajeitado, mas os resultados valem a pena.

Também existem modelos de difusores que se encaixam no próprio “flash pop-up” (aqueles que se abrem) de câmeras superzoom e DSLR. Estes modelos que podem ser encontrados por cerca de R$ 70.

Os modelos “caseiros” são bem fáceis de fazer. Você pode utilizar desde uma simples folha de papel, até embalagens de plástico translúcido. Com este tipo de acessório, a luz a distribuída pelo ambiente e incide com menos voracidade nos objetos mais próximos.

A quantidade de luz que atravessa o difusor e “rebate” pelo ambiente vai depender do grau de transparência do material. No exemplo acima, foi usado um cartão de visitas, e como ele é mais espesso, parte da luz é filtrada e boa parte se espalha pelo ambiente a capta a cena sem “excessos” e “explosões” de pontos iluminados.
No exemplo abaixo, utilizamos um difusor com papel sulfite em volta do flash embutido. A diferença na imagem pode ser sutil, mas com o difusor percebemos mais naturalidade nas feições.

Passo a passo para obter uma boa imagem em condições adversas sem apelar para o flash
Este é um guia para obter boas imagens no modo manual.
Passo 1. Aumente o ISO até a sensibilidade que sua câmera aguenta sem gerar “ruído”. Alguns modelos suportam captar imagens com ISO 3200 apresentando um ruído mínimo.
Passo 2. Ajuste a velocidade para 1/50 s. Esta é uma boa velocidade para capturar momentos espontâneos, evitando imagens “tremidas”.
Passo 3. Aumente a abertura ao máximo. Lentes “claras” como a famosa 50 mm permite abertura de f/1.8, mas o fundo ficará desfocado. Avalie se o efeito gerado te agrada, ou não. Se preferir o fundo nítido, utilize aberturas menos. As lentes mais comuns das DSLR, as 18 ~ 55 mm geralmente possuem abertura máxima de f/3.5.
Passo 4. Teste sua imagem.
Passo 5. Se a imagem ficou escura, você pode diminuir a velocidade (correndo o risco da imagem ficar tremida) ou aumentar a sensibilidade ISO (correndo o risco de obter uma imagem com ruído).
Bem, melhor ter uma imagem com ruído do que “borrada”. Se você mudar de ideia, acione o flash, ajustando sua potência para a mínima possível.
Crie cliques criativos
Depois de aprender um pouco sobre estes truques de iluminação e configuração do seu equipamento, experimente. Tente reproduzir em casa os “ambientes hostis” para fotografia e treine.
Simule em escala reduzida, cenas que você gostaria de clicar, e teste todas as configurações indicadas e as não indicadas pelo modo automático da sua câmera.

Questione tudo o que o modo “easy” diz pra você fazer, e tente obter resultados semelhantes usando configurações diferentes. Os modos de cena também podem ser boas fontes para análise. Veja as diferenças das configurações dos modos “fogos de artífício”, “praia” e “neve”.

Observe que diferentes ângulos do objeto em relação ao ponto de iluminação, podem resultar em diferentes percepções. No exemplo abaixo, apesar da modelo manter a mesma posição e expressão, cada imagem “comunica” sentimentos diferentes. Explore este conceito nos seus próximos cliques!
É através de testes que você imprime cada vez seu próprio estilo na fotografia, e para te ajudar nesta experimentação, sugerimos que você confira nossas dicas sobre como fotografar o por do sol, como fotografar estrelas e como fotografar usando longa exposição.
Dicas importantes
Equipamentos fotográficos profissionais não deixarão de ter seu valor. Se você fotografa profissionalmente, tenha equipamentos profissionais. Clientes podem estranhar “gambiarras” e materiais improvisados.
Não utilize colas e fitas adesivas aplicados diretamente na câmera. Você pode emperrar partes móveis e danificar seu equipamento.
Ao utilizar papéis e plásticos sobre lâmpadas e materiais elétricos, certifique-se que eles não estão em contato direto. Lâmpadas esquentam e há risco de tudo pegar fogo.
Pesquise sobre flash externo. As limitações do flash embutido são análogas às limitações da “lente 18 ~ 55 mm do kit”. Com o tempo, você percebe isso. Alguns até dizem que “não é possível fazer nada com o flash embutido”. Pode parecer exagero, mas o flash externo dá ao fotógrafo uma nova experiência totalmente diferente com a luz. E como todos sabem, luz é imagem.
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