O TechTudo traz uma nova lista, desta vez com os melhores games de fantasia. Para escolher os merecedores de menção, definimos alguns critérios básicos: adaptações diretas de uma obra literária (como os jogos baseados em Senhor dos Anéis) ficaram de fora; os games avaliados precisavam ter a Idade Média como cenário principal, sem influência da ficção científica; também ficaram de fora os games massivos online, porque muito da imersão destes jogos depende da interação com outros jogadores, o que é impossível de quantificar objetivamente para uma lista como esta.
Dito isto, confira agora o nosso Top 10, que conta com vários RPGs, jogos de estratégia e até ação. Não se esqueça: aquele que vive pela espada… morre pelo joystick!
10. Dark Souls (From Software; Xbox 360 e PS3)
O universo sombrio de Dark Souls é sem dúvida um dos mundos de fantasia mais hostis já vistos no videogame. Aqui, a morte do protagonista não é consequência de uma jogada ruim – é algo praticamente inevitável ao longo da jornada cruel pelas terras de Lordran. Para completar, o game dá pouquíssima informação sobre o que de fato está acontecendo, deixando o jogador sempre no escuro, sem saber se está tomando as decisões certas ou mesmo seguindo pelo caminho correto.
Explorar cada área de Dark Souls é flertar com o desconhecido e sobreviver aos desafios. Os jogadores que não se deixam abater pela frustração inicial de falhar indefinidamente e arcar com as pesadas punições do game – como a perda da humanidade – se sentirão satisfeitos como nunca após superar os desafios espartanos deste ótimo RPG de mundo aberto.
Dark Souls — Foto: TechTudo
09. Golden Axe (Sega; Mega Drive; 1988)
Na época do lançamento, Golden Axe trouxe para o 16-btis da Sega o gênero “espada e magia”. Três guerreiros – um bárbaro bombado, uma amazona de biquíni e um anão com um machado bem grande – enfrentavam feiticeiros malignos, mortos-vivos e criaturas fantásticas em vários cenários medievais. O jogador abria caminho até o tirano Death Adder, que cobiçava o machado dourado do título do game.
golden axe — Foto: TechTudo
O jogo foi fortemente inspirado na literatura pulp, tanto que alguns de seus personagens (Ax Battle e Tyris Flare) lembram Conan, de Robert Erwin Howard, e Red Sonja, heroína criada por Roy Thomas e Barry Windsor-Smith. O game deu origem a uma trilogia no Mega Drive, teve uma continuação muito boa (apesar de pouco conhecida), exclusiva para os arcades, e chegou a gerar até alguns spin-offs, nos gêneros Luta e RPG. O jogo também recebeu um revival, recentemente, nos consoles da nova geração. Ainda assim, o primeiro título continua sendo um marco do gênero Hack and Slash nos videogames.
08. Brütal Legend (Double Fine; PS3 e Xbox 360; 2009)
O designer Tim Schaefer é, sem dúvida, uma das mentes mais criativas na indústria do entretenimento eletrônico. Responsável por games clássicos como Full Throttle e Grim Fandando, Schaefer resolveu fazer uma leitura bem particular do universo fantástico: em vez de fantasia medieval padrão, Brütal Legend apresenta uma “fantasia do Metal”. É como se o mundo fosse baseado na capa de um álbum do Manowar, contendo várias referências a bandas famosas, como Kiss, Black Sabbath e Motörhead.
A criação de Schaefer está longe de ser um pastiche. Além de utilizar clichês consolidados, ele também cria uma mitologia própria, rica e instigante. O resultado desta salada é um game divertidíssimo, que mistura elementos de ação, aventura e estratégia em tempo real. Como não poderia deixar de ser, o game tem uma trilha sonora muito bem selecionada, além de ótimas dublagens feitas pelo atores Jack Black, Kyle Glass, Tim Curry, e conta ainda com a participação dos músicos Ozzy, Lemmy e Rob Halford.
brutal — Foto: TechTudo
07. Ultima (Origin Systems; DOS, MSX, Apple e outras plataformas; 1981)
Este vovô dos RPGs foi lançado para várias plataformas de computadores domésticos do começo dos anos 1980 e se tornou bastante popular por utilizar uma série de elementos que, até hoje, são marcas do gênero nas mídias eletrônicas. São exemplos a criação de personagens, o mapa-múndi e as famigeradas dungeons, numa época em que a interface gráfica ainda era algo incomum e impressionante.
Muitos games famosos deste período, como Zork, utilizavam apenas textos ou sinais de pontuação para construir o cenário, deixando a imersão a cargo da imaginação do jogador. Por conta disso, Ultima virou uma franquia de sucesso, dividida em uma série de trilogias: a primeira representa a Era das Trevas, a segunda a Era da Iluminação e a terceira, a Era do Armageddon.
Nestes games, lançados entre 1981 e 1999, acompanhamos a história de Sosaria e a transformação do personagem no mítico Avatar da Britannia, após um cataclisma mágico. A franquia teve versões para vários consoles, do NES ao Playstation, e também foi uma das primeiras a apresentar um jogo de multiplayer online massivo, em 1997.
Ultima — Foto: TechTudo
06. The Legend of Zelda (Nintendo; NES, 1986)
Como a maioria das séries da Nintendo, The Legend of Zelda dispensa apresentações. A saga do herói de túnica verde foi contada em vários games através de praticamente todas as plataformas da empresa (o Virtual Boy ficou sem), sempre mantendo o alto padrão de qualidade estabelecido pelo seu criador, Shigeru Miyamoto.
Zelda — Foto: TechTudo
O trunfo de Zelda é a independência entre seus títulos, o que permite mostrar vários momentos do reino de Hyrule, sem que os fatos entrem em contradição com os games anteriores. Recentemente, para ordenar esta colcha de retalhos, a Nintendo divulgou uma linha do tempo oficial, apresentando três cronologias distintas da franquia. Não que o fã de Zelda esteja muito preocupado com isso, com o tempo, aprendemos a apreciar as aventuras do herói Link como obras de arte independentes, com destaque para o eterno Ocarina of Time e para o recente Skywar Sword, que se tornou um clássico instantâneo no Nintendo Wii.
05. Baldur’s Gate (BioWare; PC; 1998)
Quando falamos de fantasia medieval, é inevitável a associação com jogos eletrônicos e também com o RPG de mesa. Neste game de 1998, a BioWare conseguiu unir os três elementos ao recriar digitalmente os reinos esquecidos de Toril, o popular cenário de campanha de Dungeos & Dragons.
Games baseados em D&D não eram novidade quando Baldur’s Gate foi lançado (já tínhamos Eye of the Beholder e Heroes of the Lance, baseado em Dragonlance, além de versões eletrônicas de Darksun, por exemplo), mas a BioWare conseguiu a melhor harmonia entre as regras do RPG de mesa e a dinâmica dos computer games. Isso aliado a belos gráficos, personagens cativantes (como o ranger Minsc) e bons efeitos de luz fez com que Baldur’s Gate fosse um dos responsáveis pela revitalização dos RPGs nos computadores domésticos. O game ainda abriu as portas para outras adaptações do gênero, como Torment, Pool of Radiance e Neverwinter Nights, estabelecendo uma parceria de sucesso entre D&D e jogos eletrônicos, até a BioWare abandonar o Dungeons & Dragons e investir no próprio universo fantástico.
Baldur — Foto: TechTudo
04. Dragon Age: Origins (BioWare; Xbox360, Ps3; PC e Mac; 2009)
Quando a BioWare deixou de lado as adaptações dos cenários de Dungeons & Dragons, muitos jogadores torceram o nariz. Na verdade, a audácia da empresa foi recompensada, já que Dragon Age: Origins se mostrou um game incrível, que superou todas as expectativas e conseguiu fazer sucesso entre o público e a crítica, ao abandonar a atmosfera do D&D e investir em uma fantasia mais brutal, carregada de sangue, violência e intriga política.
Em vez de contar uma história do bem contra o mal, a narrativa de Origins se destaca por investir nos prelúdios dos personagens e suas relações com um mundo, onde existe um grande mal visível, mas também muita vilania dissimulada. O jogo teve várias expansões, que ampliaram ainda mais a mitologia desta primeira saga, mas também uma grande bola fora: sua continuação. Dragon Age II não conseguiu viver à altura do original. Esperamos que o encerramento da trilogia possa resgatar a franquia, para que Dragon Age possa ser mais uma vez sinônimo de qualidade.
Dragon Age — Foto: TechTudo
03. Warcraft (Blizzard; PC; 1994)
Antes de mudar o nome para Blizzard, esta gigante dos videogames já produzia títulos com temáticas medievais, adaptando O Senhor dos Anéis, de Tolkien, para computadores Amiga, animando partidas de xadrez na versão para Commodore 64, de Battle Chess, e colocando nórdicos caricatos em enrascadas siderais em The Lost Vikings. Porém, foi o primeiro Warcraft, Orcs & Humans, que colocou a empresa no rumo em que ela está até hoje: a produção de games complexos, sólidos e viciantes.
Warcraft seguiu a fórmula de outros games de estratégia já existentes no mercado (como o popular Dune, lançado em 1992), mas a Blizzard soube caprichar no visual e trabalhar um enredo simples, porém cativante, para que a franquia se destacasse diante da concorrência. Em 1995, os conceitos apresentados no debut da franquia foram aprimorados com As Marés da Escuridão, que deu continuidade ao feudo sangrento entre orcs e humanos.
Contudo, foi em 2002, com o lançamento de Warcraft III, que o game deixou de ser um “jogo de damas virutal” para se tornar um fenômeno cultural: as diferenças entre as raças deixaram de ser meramente estéticas (uma herança de outra franquia da empresa, Starcraft), e as nações do jogo passaram a ter suas motivações apresentadas de forma mais convincente. Os personagens especiais, os heróis, também ganharam maior profundidade e a experiência se tornou tão imersiva a ponto da série deixar de lado a estratégia em tempo real para se tornar hoje o exemplo mais bem sucedido de RPG online multiplayer da história.
02. Elder Scrolls (Bethesda; PC; 1994)
O primeiro Elder Scrolls tinha como objetivo inicial colocar o jorgador no papel de um lutador de arenas, no estilo dos gladiadores romanos. Entretanto, o game cresceu, foi ficando encorpado, e acabou virando um RPG em primeira pessoa. A continuação veio dois anos depois, com Daggerfall, que ampliava ainda mais o universo ficcional medieval da Bethesda.
A série teve alguns spin-offs, mas foi com Morrowind, em 2002, que o game ganhou os contornos que reconhemos nos demais títulos da empresa – um formato que deu tão certo que acabou sendo usado em outra franquia bem distante dos mundos medievais, a popular Fallout. Mas afinal, o que tornou esta série tão popular, a ponto de ter influenciado todos os RPGs ocidentais e culminou com o reconhecimento do recente Skyrim como um dos melhores games de 2011?
Ao contrário de demais mundos de espada em magia, não é a geografia rica, a história intrincada ou uma série de NPCs cativantes: é o fato da Bethesda ter conseguido colocar o jogador como protagonista da trama e dado liberdade suficiente para que tudo gire em torno das suas ações. Você pode fazer o que sonhar no universo de Elder Scrolls, garantindo uma experiência única e inesquecível para cada jogador que se aventurar pelas terras de Tamriel e além.
01. Diablo (Blizzard; PC e, posteriormente, Mac e Playstation; 1996)
Quando o lorde demoníaco Diablo tomou posse do corpo de um jovem príncipe, a cidade de Tristram se viu ameaçada por um mal sem precedentes. Sem exército ou qualquer tipo de defesa contra as entidades das trevas, a população seria presa fácil para saciar a apetite por poder da criatura. Entretanto, três heróis surgiram para banir o terrível vilão.
Felizmente, para nós, jogadores, eles não foram tão bem sucedidos, já que no ano 2000 pudemos ver a destruidora continuação do game, Diablo II, que refinou e ampliou tudo que havia sido apresentado no primeiro game. Desta vez, havia mais classes de personagens, melhor customização, mais dungeons para explorar e ainda mais itens mágicos para serem encontrados. Os games fizeram um sucesso sem precedentes, causando um revival dos RPGs nos computadores graças a sua jogabilidade minimalista (apontar e clicar, pura e simplesmente), possibilidades de customização dos personagens e jogatina online, seja cooperativamente ou competindo com outros jogadores.
Diablo II continua um game atual até hoje, 12 anos depois do seu lançamento – algo merecido para um título tão viciante. Resta torcer pelo aguardardado lançamento do terceiro game, Diablo III, que felizmente já está em fase de testes.
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