Na guerra por vendas e conquista de fãs, as empresas de jogos muitas vezes se utilizam de estratégias mais agressivas de marketing. Algumas vezes o resultado é ousado, criativo e inovador, mas em certos casos a abordagem passa dos limites do bom senso e acaba se tornando uma peça de mau gosto ou até mesmo ofensiva. Conheça abaixo algumas das piores campanhas publicitárias de jogos.

Em um momento em que se debate as qualidades artísticas dos videogames e que a indústria de jogos eletrônicos está lutando para ser levada a sério em outros sentidos que não o financeiro, estas propagandas parecem dedicadas a nos levar de volta ao início dos anos 90.
O torso escultural de Dead Island
Na época de lançamento de Dead Island muitos estavam empolgados com o título graças a seu trailer sensacional. Entretanto, na hora de lançar a edição de colecionador, os desenvolvedores decidiram vender uma 'visão grotesca de uma icônica estátua romana'.

Basicamente, eles decidiram juntar sexo e violência na mesma peça. O pequeno torço contém um par de seios bem grandes, presos por um biquíni que pode ser retirado. O objeto causou polêmica por sua temática machisma e resultou em duras críticas à empresa Deep Silver, que pediu desculpas pelo item de mau gosto.
Veja outras polêmicas da série Dead Island aqui.
O comercial machista de Juiced
Juiced foi um jogo de corrida de pouca relevância lançado para o PS2 e Xbox em 2005. A única coisa memorável sobre este título foi seu polêmico vídeo promocional, que mostrava dois homens humilhando uma mulher com a ajuda de um controle mágico.

No comercial, dois homens personalizam um carro no jogo Juiced, quando percebem que também estão alterando a roupa de uma mulher passando próxima a eles. Em pouco tempo os jovens começam a se aproveitar da situação, aumentando os seios, rasgando as roupas e deixando a mulher nua no meio da rua. Para finalizar eles colocam uma tatuagem com o nome do jogo nas nádegas da garota, marcando-a como a um gado.
Os pedaços de corpos perdidos
Para o lançamento de Resident Evil 5, a Capcom decidiu espalhar pedaços de corpos mutilados e ensaguentados pela cidade de Londres. Quem encontrasse o maior número deles seria premiado com uma viagem para a África. Cada parte tinha uma pontuação: dois pontos para membros, cinco para cabeças e três para torsos.

A promoção gerou polêmica quando, no final do evento, a Capcom percebeu que não tinha recolhido todos os pedaços de corpos. Como isso poderia resultar em uma ação criminal, a empresa divulgou para todos os londrinos que, caso encontrassem as peças sumidas, as destruíssem imediatamente. Cerca de uma semana depois, a Sega teve a mesma idéia genial e espalhou braços cortados pelas ruas da cidade para divulgar o lançamento de Madworld.
Sua mãe vai odiar Dead Space 2
Uma campanha publicitária baseada em uma ideia bem simples: “Dead Space 2 é legal porque sua mãe vai odiá-lo”. A Eletronic Arts decidiu filmar um comercial para a TV que mostrava mulheres entre 30 e 50 anos assistindo as cenas de violência brutal presentes no jogo. Ao final elas ficavam indignadas e diziam que o jogo não deveria ser vendido e quanto ele seria uma má influencia para seus filhos.
Vale lembrar que Dead Space 2 ganhou uma censura de 18 anos, o que nos leva a pensar porque este comercial foi criado. Ou a Eletronic Arts julga que seu público é composto por pessoas completamente imaturas, ou realmente o jogo foi feito para adolescentes de 13, 14 anos que deliberadamente comprariam um produto apenas para irritar suas mães.
Zoofilia em propaganda
A Sega lançou em meados dos anos 2000 um jogo chamado Seamen. Funcionando como uma espécie de tamagoshi, o jogador deveria criar uma pequena colônia de bizarros híbridos humanos com peixes. O único diferencial deste fracassado título de Dreamcast era o uso do microfone para conversar com as criaturas, que adoravam trocar insultos com seus donos das piores maneiras possíveis.

Seamen era reconhecidamente um jogo muito difícil de ser vendido, levando a empresa a apelar em sua campanha de marketing. O resultado: cartazes promocionais que insinuavam relações sexuais entre um homem e uma carpa, com a seguinte mensagem: “Eu não vou mais copular com seres que não sejam da minha espécie”.
Para completar, o nome do jogo também era uma referência explícita à palavra sêmen, que em inglês se pronuncia exatamente igual ao nome dos bichinhos, Seamen.
Entre Ninjas e Virgens
Na campanha de divulgação de Ninja Gaiden Sigma 2 no Japão, os desenvolvedores do Team Ninja decidiram gastar cerca de um minuto do seu tempo na TV para reforçar uma grande bobagem: a física de seios. A impressão é de que eles provavelmente consideraram isto um dos maiores avanços tecnológicos do jogo. Reforçando assim, mais uma vez o já desgastado estereótipo do gamer machista.

Game Gear, Sonic 2 e as bizarras campanhas da Sega
Poucas empresas cometeram tantos erros quanto a finada rival da Nintendo, principalmente no que se refere à propaganda. No início dos anos noventa a Sega decidiu que seria mais proveitoso tentar conquistar o público adolescente / adulto juvenil e decidiu investir em uma série de anúncios de teor duvidoso em revistas pelos Estados Unidos e Inglaterra.
Na primeira propaganda, a empresa decide brincar com ideia de que para um homem, seu novo Game Gear é tão bom quanto se masturbar.

Na segunda, eles se mostram ainda mais explícitos com seu propósito, investindo em uma piada ainda pior.

Para completar, na hora de divulgar o seu jogo mais importante do ano para Game Gear, Sonic 2, a Sega utilizou a seguinte propaganda:

Os comerciais acabaram não chamando tanta atenção, já que a Sega teve o bom senso de restringi-los apenas a revistas de adultos. Ainda assim, este é mais um exemplo de campanhas que se baseiam em conceitos estereotipados de seu público-alvo, ao invés de procurarem conhecer de fato seus clientes, suas ideias e necessidades.
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