Batman: Arkham Knight chegou ao PS4, Xbox One e PC, concluindo a saga que começou em Arkham Asylum, de 2009, passou por Arkham City e, por último, Arkham Origins. A produtora Rocksteady retorna na produção do título, o que deixou os fãs animados com a nova aventura. Agora, o Homem-Morcego tem um novo inimigo e precisa salvar Gotham City de outros criminosos.
Batman Arkham Knight tem evento oficial de lançamento em São Paulo
Assista ao vídeo com primeiros minutos do jogo abaixo:
Gotham, formato clássico
Arkham Knight abre com uma cena bem incomum: paz em Gotham. Após a morte do Coringa, em Arkham City, os Gothamitas procuram retomar suas vidas e esperam pela próxima guerra que envolvem os criminosos na disputa pelo poder. Mas isso misteriosamente não ocorre, e o que acontece é um período de nove meses com redução de criminalidade.
No entanto, essa fase dura pouco. Ao entrar em uma lanchonete, um oficial da polícia local logo é vítima da mais nova tramoia do Espantalho: uma nova versão de seu soro do medo, capaz de criar um verdadeiro caos na cidade. O vilão anuncia que um reinado de terror vai começar e pede para que os moradores abandonem a cidade – ou será muito pior para eles.

Não demora muito e as ruas são novamente tomadas pelo crime. Pinguim, Duas-Caras, Hera Venenosa e o próprio Espantalho disputam terreno e criam a guerra necessária para isso. Batman, do alto de um telhado, observa tudo, tentando bolar um plano para o que vem a seguir. É nesta hora que há o primeiro triunfo de Arkham Knight: o herói não sabe o que fazer.

Frente ao caos, o olhar do Homem-Morcego o denuncia. Ele não sabe qual atitude tomar em seguida, mas tem ideia do que é preciso para resolver a situação. E, para isso, o controle é passado ao jogador, que logo deve ir para uma cobertura próxima, se encontrar com o comissário Gordon, para que um plano de ação seja traçado.
O novo Batman começa de forma frenética. A narrativa do game é bem montada e compassada, e a coisa só esquenta com a entrada do novo inimigo que dá nome ao jogo: o próprio Arkham Knight. A partir daí, tudo fica melhor e temos uma série de reviravoltas no enredo, ainda que nem todas tão surpreendentes quanto esperamos, como muitas participações especiais e horas e mais horas de diálogo.

O mais incrível é que a história não perde seu ritmo em nenhum momento. O jogador pode escolher sempre seguir o enredo principal, em um inteligente menu de missões, ou realizar tarefas paralelas. É possível encontrar ainda outros inimigos do Homem-Morcego, mas sem perder a evolução da trama principal, já que cada caso resolvido vai te apontar ainda mais na direção certa.
O caos chegou
Batman: Arkham Knight é um jogo de ação de primeira qualidade. O game mantém todos os comandos básicos das versões anteriores, ao menos para golpes durante as lutas, andar pelos cenários e outras opções mais corriqueiras. Há uma novidade aqui ou ali, um menu novo para interagir com itens e mais pontos que devem te ajudar a dar um ar realmente inédito ao título.
É claro que isso tudo vem acompanhado de um playground bem maior. Gotham é gigantesca e dividida em três distritos diferentes, cada um com sua facção e tipos de ameaças, que surgem de forma bem natural ao longo da trama. Espere também reencontrar com inúmeros colecionáveis, como os troféus do Charada, que retornam ainda mais desafiadores, além de treinos que podem te ajudar a dominar os comandos e habilidades de Batman.
A grande novidade, porém, é a inclusão do Batmóvel totalmente jogável. O clássico carro do Homem-Morcego é um dos sonhos de qualquer “fanboy” das histórias em quadrinhos do personagem. Desde os primeiros gibis, e também desde os primeiros filmes de Batman, o veículo causa sonhos aos fãs, que sempre quiseram ter o gostinho de como seria pilotar aquela máquina. Pois bem, em Arkham Knight finalmente temos essa oportunidade.

No entanto, o que poderia ser um sonho realizado acaba beirando o pesadelo. Não entenda mal, já que os controles do Batmóvel são muito bons e a experiência é divertida, como um todo. O grande problema é que a inclusão do veículo soa forçada e repetitiva. Não serão poucos os momentos em que Batman vai depender de seu carro, quando na verdade isso não deveria ser regra.
Nos quadrinhos, é comum ver Batman usando o Batmóvel para as mais diversas tarefas, mas o veículo funciona apenas como um suporte. O carro nunca funcionou como uma regra para a solução dos casos do maior detetive do mundo, como o herói também é conhecido. Por questão de jogabilidade, o Batmóvel é usado em boa parte do game, seja apenas para locomoção, para resolução de quebra-cabeças ou para os constantes combates que surgem pelas ruas de Gotham. Há até mesmo alguns momentos absurdos, como certa parte no início do jogo, onde o automóvel precisa passar por cima de um longo telhado.

O Batmóvel de Arkham Knight tem dois modos possíveis, talvez para dar uma variada na experiência, que são o padrão e o tanque. O padrão funciona como esperamos, ou seja, um veículo de alta velocidade e que pode ser realmente pilotado pelas ruas, principalmente em perseguições. Já no modo tanque ele perde em velocidade mas ganha em proteção e em poder de fogo para lidar com inimigos ao seu redor.
O modo tanque talvez seja o mais usado durante o game inteiro, quando um legítimo jogo do Batman se torna uma aventura de tiro ao alvo contra tanques, drones ou qualquer outro tipo de máquina inimiga que surge pelas ruas, em grande número. Como citamos, esse é um artifício usado à exaustão e, por isso, soa forçado. É muito legal por alguns minutos, mas, a partir do momento em que o título te obriga a usar o Batmóvel sem qualquer alternativa, e faz isso com frequência, a novidade pode se tornar algo chato e obrigatório. No mau sentido.

Felizmente, todo o restante da jogabilidade compensa bastante a inclusão um pouco equivocada do Batmóvel jogável. Outro grande destaque fica por conta do sistema Dual Play, onde é possível controlar dois personagens, ao mesmo tempo, por um breve período de tempo. O primeiro momento que isso ocorre une Batman e Mulher-Gato, por exemplo, mas outros encontros acontecem ao longo da história.
Batman, Robin, Mulher-Gato e Asa Noturna participam do sistema Dual Play, e tudo funciona incrivelmente bem. É possível bater nos inimigos e alternar sem qualquer interrupção, além de finalizar os adversários em dupla, com momentos que deixam qualquer jogador sem palavras, em termos visuais.

São tantos os colecionáveis e detalhes que a produtora inseriu na jogabilidade que você fica até sem graça de achá-lo ruim somente por causa do cansativo Batmóvel. Na verdade, Arkham Knight consegue ser um excelente jogo, apesar das falhas. Mas não ser perfeito também faz parte, desde que os problemas não prejudiquem a experiência como um todo.
Problemas, eles existem
Os inimigos de Batman vão muito além do Duas-Caras, Coringa, Pinguim ou qualquer outro. Ao menos em seu game, ele precisa lidar com outras ameaças, como, por exemplo, os problemas técnicos que afetaram o lançamento e a produção da versão para PC de Arkham Knight.

Nossos testes foram realizados, em grande maioria, nos consoles, mas não é possível ignorar os problemas que afetaram os jogadores de PC, já que se trata do mesmo jogo. Infelizmente, o game saiu mal adaptado para computadores, com problemas de travamentos, taxa de quadros caindo, mais pesado do que o normal para rodar.
Além dos já citados problemas com o Batmóvel, o game também sofre com um “erro” antigo da série, que são os numerosos inimigos iguais. Não que isso seja digno de qualquer nota negativa frente ao jogo, mas ao menos na nova geração de consoles esperávamos uma maior variedade nos “soldados rasos” dos vilões.

E, apesar dos nossos elogios à história, podemos afirmar que ela não é tão surpreendente assim. Não vamos entregar nenhum detalhe a respeito do que vem ao longo da trama, mas espere por um game que não te faz pular da cadeira ao revelar alguns de seus segredos, incluindo outros que são mostrados logo no início da campanha.
Um visual digno do Cavaleiro das Trevas
Mas se Arkham Knight tem erros, ele também tem muito mais acertos. O jogo é extremamente bonito. Tudo é brilhante, polido e com texturas colocadas no lugar devido. Batman está bem representado e suas diversas roupas, uniformes e armaduras são sempre inspiradas e com aquele ar de super-herói de quadrinhos mesmo.
Vale lembrar que o título usa uma versão melhorada do Unreal Engine 3, motor gráfico que acompanhou toda a saga desde a geração passada, o que é de impressionar ainda mais. É possível usar a expressão de “tirar leite de pedra”, o que é sempre bom e esperado para produtores competentes.

A dublagem nacional não compromete e é feita com certa qualidade, até por usar os mesmos dubladores dos personagens vistos nos filmes e animações do Homem-Morcego. Porém, as vozes originais em inglês beiram o fenomenal. É sempre bom poder ouvir grandes astros como Kevin Conroy, que acompanha Batman desde aquele desenho animado dos anos 90.
Conclusão
Batman: Arkham Knight é um jogo que poderia ser “perfeito”, mas falha em alguns pontos, ainda que eles não atrapalhem o título como um todo. O game conclui de forma bem feita a história iniciada em Arkham Asylum e tem gráficos excelentes. A jogabilidade continua muito boa, a exemplo dos anteriores, mas a inclusão do Batmóvel soou forçada e exagerada. Além disso, infelizmente, a versão para PC sofreu com graves problemas, por mais que isso não afete em nada as edições para consoles. O saldo final é extremamente positivo e o Homem-Morcego ganha a conclusão que merece nas mãos da Rocksteady.
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