Broken Age é um jogo para PCs do tipo “adventure” de apontar e clicar produzido pelo lendário Tim Schafer, do estúdio Double Fine. O game merece todos os destaques, em muito por ter sido o responsável pela grande explosão da moda do Kickstarter, onde jogos são financiados por fãs. Porém, vale registrar que também temos por aqui uma boa história, excelente jogabilidade e gráficos de alto nível. Acompanhe nossa análise e entenda:

O retorno da Double Fine
A Double Fine é a produtora fundada por Schafer, este que é um dos nomes mais famosos da antiga indústria de games, por ter seu envolvimento em clássicos como Secret of Monkey Island, Grim Fandango e Full Throttle. Infelizmente, com o tempo, ele perdeu sua força e passou a lançar títulos de nicho e com pouco destaque, como Brütal Legend e Costume Quest – ambos não são considerados sucesso em vendas.
Cansado de depender de grandes empresas para lançar seus jogos, Schafer resolveu inaugurar uma campanha de financiamento coletivo, onde os jogadores doariam dinheiro para possibilitar o desenvolvimento de um game – e este game foi justamente Broken Age.

Agora, mais de um ano após o financiamento concluído com extremo sucesso, Broken Age alcança seu público e chega às plataformas digitais, começando pelo PC e que depois deve chegar a outros aparelhos, como consoles e portáteis.
O game é de adventure puro e simples, resgatando um gênero que estava há muito tempo perdido ou sem o devido destaque. Muitos jogos deste tipo têm saído nos últimos anos, mas nenhum sem tanta expectativa quanto Broken Age e a obra de Tim Schafer.
Dois mundos, duas pessoas
A história de Broken Age se divide em dois mundos e duas eras, como o próprio nome diz. O primeiro personagem é Shay, um menino que vive em uma espaçonave inteligente e que cuida dele 24 horas por dia. O problema é que todos os dias de Shay são os mesmos e isso causa incômodos ao rapaz, que quer quebrar a rotina e ver o mundo lá fora.
Do outro lado da saga temos Vella, uma menina filha de padeiros, esforçada e comportada. Seu drama é um pouco diferente, mas nem tanto. Sua vida também é parada e rotineira, mas tudo muda quando os moradores de sua vila a escolhem para servir de oferenda a um monstro que domina o local.

A história de Broken Age tem seus altos e baixos, mas felizmente eles são mais altos do que baixos. O título tem uma aventura bem espaçada e com personagens muitíssimo carismáticos, o que sempre ajuda a desenvolver a saga e toda a trama maior que a envolve.
Shay e Vella, apesar de não se encontrarem diretamente, formam uma boa dupla e prometem muitas surpresas para o segundo e último episódio. O que o jogador pode conferir neste primeiro capítulo é que há muito mais do que a dupla central, já que temos personagens coadjuvantes tão marcantes quanto os dois.

Quebra-cabeças, ou nem tanto?
Como todo jogo do tipo adventure, Broken Age se baseia em quebra-cabeças. O problema é que ele se esforça tanto em sua história, gráficos e personagens que a jogabilidade parece ter ficado em segundo plano em alguns momentos.
O que queremos dizer é que os quebra-cabeças são um pouco repetitivos e em alguns momentos até chatos. Muitos deles são legais e divertidos de se resolver, mas há aqueles que são massantes e no final das contas só vão servir para te fazer perder a vontade de jogar. Vale o aviso de que eles não são totalmente ruins, apenas mal encaixados no contexto do game.

Contudo, Broken Age surpreende ao apresentar quebra-cabeças que são incrivelmente ligados à história. Apesar de não serem sempre bons, eles não são gratuitos e cada coisa que ocorre tem a sua devida explicação.
O mais belo adventure
Broken Age é muito bonito, em todos os sentidos. Graficamente o jogo mais lembra uma pintura, com personagens se movimentando suavemente pela tela, como uma aquarela. O mesmo se repete para os cenários, que são sempre criativos e cheios de charme – seja na vila de Valle ou na nave de Shay.

Outro ponto extremamente positivo está na trilha sonora do game. Toda a música é orquestrada e bem encaixada nas cenas. A dublagem também conta com elenco estelar, com direito a Elijah Wood – astro da saga O Senhor dos Anéis – no papel de Shay e até mesmo Jack Black – ator de diversos filmes de comédia – em um dos papéis mais legais do game, mas que não vamos detalhar para não estragar sua surpresa.
Sem dúvida alguma a produção de Broken Age fez valer a pena o dinheiro investido dos fãs, algo que é levado em conta atualmente, nesta indústria de games cada vez mais caros.
Conclusão
Broken Age, ao menos seu primeiro episódio, resume bem o que esperar de alguém como Tim Schafer, conhecido por ser uma lenda dos games clássicos do gênero adventure. O jogo de apontar e clicar remete a tempos passados, mas com um toque de modernidade em seus gráficos que lembram pinturas em movimento e também na jogabilidade, com quebra-cabeças criativos, apesar de cansativos. O jogo também é curtinho, o que deve decepcionar um pouco e deixar com gosto de 'quero mais', mas compensa na magnífica história e elenco de personagens.
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