A XQ1 é
uma pequena, porém, bem notável câmera compacta da FujiFilm. Em sua lista de atributos,
o destaque por ser portátil sem perder a delicadeza do design retrô. Para somar às escolhas felizes da marca, ela ainda conta com um leque de
possibilidades para o usuário exercer a sua criatividade, além de um sensor
X-Trans CMOS II de 12 megapixels que garante a qualidade da imagem. Porém, apesar do conjunto de vantagens, será ainda vale investir R$ 1.599 em uma
compacta em tempo de concorrência com belas câmeras de celular? Confira o
review e tire as suas próprias conclusões.
À procura de um modelo mais resistente? Confira areview completo da Coolpix AW110, compacta à prova d´água da Nikon

Design
A
FujiFilm investiu em construir uma câmera de bolso, sem deixar de lado o porte,
e fez bem a sua função. Com 100 mm de largura, 58,5 mm de altura, profundidade
esbelta de 33,3 mm e o peso pena de 206 g, ela pode rodar na bolsa de
forma discreta, sem gerar desconforto no transporte e está sempre à mão.

Aliás,
por falar em mão, com apenas uma delas já dá para realizar cliques de forma
segura e sem gerar fotos tremidas. Com isso, o fotógrafo pode alcançar ângulos
mais variados e, logo, fotos mais criativas. Ponto a favor da marca.
Na frente, ela é composta por uma lente Fujinon clara (F1.8) que, assim que a câmera é
ligada, já se projeta para a frente em duas camadas de zoom. Ela é circulada por um anel de controle personalizável que, por
sua estrutura repleta de "ranhuras", acaba acumulando poeira. Acima, somente o AF e a marca da câmera como assinatura, nada além. Aliás, diga-se de
passagem, a frente "limpa", sem excessos visuais foi uma escolha fina e de bom
gosto da FujiFilm.

Para
compor a sensação de memória das câmeras analógicas e suas películas, lançadas nos anos 60, a FujiFilm escolheu a frente rugosa para o seu
modelo em preto. Já na versão prata, a companhia optou por uma frente
completamente lisa, que acabou por dar um tom um menos vintage à marca e mais similar ao que é visto nos dias atuais.
Já a sua parte traseira
é composta em sua maior parte pelo display de LCD com 3 polegadas e
brilho regulável, que varia de zero a cinco para positivo ou negativo. No fim,
o resultado fica bom e, somado ao alto contraste e o bom ângulo de visão, ela
faz bem as vezes de visor. Sua estrutura também parece resistente e não quebrar
com facilidade diante das quedas ou colisões. Mesmo assim, nunca é bom abusar.

Em seu
lado direito, o botão centralizado de Menu/Ok, onde também pode ser
regularizadas as funções fotografia Macro, ativação de temporizador de 10 ou 2
segundos, presença ou ausência de flash, exposição, variável de -3 a 3, e
lixeira. Ele é pouco maior do que os demais, porém, o suficiente para caber
diferentes tipos de dedo e gerar maior conforto e precisão aos mais diferentes
tipos de usuários. Acima e à direita dele, o botão de play e, à
esquerda, o de gravação de vídeo.
Abaixo, à
direita, o de retorno/ativar informações do display, ao lado do E.Fn voltado
para personalizar o anel presente na lente ou acesso rápido ao Wi-Fi. Por
sinal, tal acesso imediato é um grande agravante para a experiência intuitiva, já que, após a foto retirada, o usuário poderá enviá-la de forma fácil
e rápida, sem ter todo aquele processo de procura interna em menus e mais menus.
Ainda na traseira, em sua parte superior, ela conta com um
compartimento emborrachado, ideal para o encaixe do polegar na hora do disparo.
Mais um fator para somar a boa experiência e segurança na “pegada” da câmera, que já conta com uma lente clara, um estabilizador, a leveza e, claro, o resultado não poderia ser outro senão qualidade.

Na parte
de cima, o botão On/Off que, mesmo bem restrito em tamanho, apresenta uma
elevação adequada para que não haja necessidade de pressionar em excesso para o
comando ser realizado. Ao lado dele e bem superior em tamanho o botão de
disparo, circulado por uma chave de zoom de movimentos leves e respostas
rápidas. Mais pegado a lateral, porém, não muito longe ao disparo, o menu
operacional da câmera, em formato circular.
Trata-se de um famoso círculo
robusto, comum a grande maioria das câmeras presentes no mercado, mas, neste caso, o formato é coerente a dinâmica delicada presente em toda a câmera. Ele também possui uma estrutura de traços verticais regulares, semelhante ao anel, e sofre o mesmo problema: acúmulo de pó e uma tremenda dificuldade na hora de tirar.

Nele, o
usuário poderá escolher se as fotos tiradas serão em P (ajuste programado),
S (definição manual da velocidade do obturador), A (definição manual da
abertura do diafragma), M (modo manual) , C (modo de fotografia personalizado)
, SP (Panorâmica), Filter (aplicação de filtros), Automático e, por fim, SR+, (
automático avançado, que te ajuda a definir o melhor modo para realizar aquela
foto).

No
extremo oposto, o flash embutido, um ponto que chama a atenção logo de cara por
ser uma boa escolha e não muito comum. Ele é acionado por uma pequena chave
próxima e facilmente encontrada. Na face
direita, entrada USB, com proteção cotidiana, sem muito mistério.

Para fechar o design bem pensado da FujiFilm, a
base é composta pela proteção para a bateria, que divide compartimento com
espaço para cartão de memória Macro, bem próximo da entrada HDMI.

Desempenho
Desde o ato de ligar, a XQ1 já mostrou que veio com tudo para gerar uma boa
experiência ao usuário. Primeiro, por sua rápida resposta e dinamismo bem
auxiliados pelo conjunto processador EXR II mais sensor X-Trans CMOS II de 2/3 polegadas e 12
megapixels. O resultado também se reflete no imediatismo na hora do clique e na competência do foco automático, ou seja: você aperta o botão e, pronto, imagem congelada, sem correr aqueles conhecidos riscos de "tremidas".
Ainda sobre as
possibilidades trazidas por esse conjunto, a fidelidade de tons, sejam eles de cores quentes ou frias, além
dos recursos abaixo:
Balanço de Branco
Ela
oferece 10 opções de configuração de balanço de branco em um leque bem
completo, perto do que se encontra por aí. São elas: Automático,
Personalizável, Temperatura de cor, Bom tempo, Sombra, três modalidades de
Luzes Fluorescentes, Incandescente e Subaquático. No modo automático, ela é capaz de bater o branco de forma inteligente e alcança um desempenho ok, sem muito a se reclamar. Como recurso criativo, apesar de algumas diferenças serem bem sutis, eles ainda podem funcionar como filtros de cor.

Mas, o mais legal dela está na capacidade de se regular a temperatura de cor, função não muito comum de ser vista em compactas. O usuário pode regular entre 10.000K e 2500K e, com isso, consegue ser bem mais preciso em sua intenção na coloração da foto, gerando efeitos de tom excelentes, principalmente em imagens em alta exposição.
Sensibilidade (ISO)
A XQ1
apresenta um bom intervalo entre as possibilidades de ISO. O usuário tem a
liberdade de selecionar 18 formas de sensibilidade, que variam de 100 a 12.800
ou, os que não querem se preocupar com esse tipo de regulagem, principalmente
em ambientes de luzes muito diversas, podem optar pelo modo Automático, que chega a 3.200. Não há muito o que se reclamar da oferta automática e,
durante os testes, ela funcionou bem tanto em fotos noturnas quanto diurnas.

Nas escolhas manuais, entretanto, os resultados foram os esperados: quanto
maior o ISO, maior a presença de grãos e prejuízos na saturação da cor e
contornos. Isso pôde ser bem notado quando o ISO máximo, de 12.800, foi
utilizado em comparação aos demais: tom cinzento e grãos mais marcados.
Manual
Para
gerar maior autonomia entre os entendidos do assunto, a FujiFilm traz três
opções que possibilitam ao usuário dar intenção à foto; ele pode optar por regular só a abertura do diafragma (S), ou só o tempo do
obturador (A), ou ambos (M). No modo manual completo, o usuário tem disponível
na tela, ao lado direito, um fotômetro e, abaixo da imagem, os valores de abertura,
velocidade e ISO.
Disso, o
único problema é a dificuldade em configurar os três ao mesmo tempo: o usuário
pode alterar a velocidade e optar por regular o valor do ISO no anel presente
na tela, por exemplo, mas, para regular a abertura do diafragma, o processo não
é direto e deve-se acessar um botão no Menu com o fim de modificar o
referencial de controle.
No mais,
dá para fazer imagens bem interessantes, com uma velocidade de 1/4000 a 4
segundos, capaz de congelar movimentos rápidos até aplicar técnicas de
light-painting, em contexto apropriado.
Zoom

Apesar de
não possibilitar o intercâmbio de lentes, o usuário não precisa se preocupar
tanto em estar próximo ao objeto para obter boas fotos. O zoom pode chegar a 16x em sua versão digital e 4x na óptica. Durante os testes, ela realmente se manteve fiel ao que se propõe e, em condições de iluminação
razoavelmente boa - como o entardecer de um dia de sol - ele não gera ruídos e não prejudica a nitidez após a aproximação, sem contar com a real possibilidade de corte. Os usuários que apostam no zoom como um diferencial na hora de comprar uma câmera, acreditem, a XQ1 não lhes deixarão na mão.

Flash
O flash
de cabeça fixa, comum às compactas, é um recurso aceitável para os ambientes de
baixa iluminação, porém, deve ser tratado como, apenas, um compensador de
luz, não um recurso criativo. Com a câmera da FujiFilm, não é
diferente. O flash da XQ1 é embutido e alcança resultados práticos comuns: iluminação
restrita ao primeiro plano e modificações no balanço de branco, além do “achatamento”
do objeto fotografado. Mas, não se pode negar; ela evita imagens tremidas e
garante alguma definição de seus contornos
Vídeo
No quesito vídeo, a XQ1 também alcança nota alta, dentro do que se propõe. Ela filma em Full HD (1920 x 1080) e, em seu aproveitamento máximo, grava em até 14 horas contínuas. Na prática, ela consegue fazer os procedimentos básico com certa agilidade, como medir a luz, aplicar o balanço de branco adequado e foco automático. Todos esses fatores, em conjunto, geram um bom resultado em vídeos que necessitam de mudança rápida de ambiente.
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Aliás, para isso, ela também tem um bom estabilizador de imagem, que evita tremidas durante o processo. Nos testes, ela funcionou bem tanto em caminhadas, quanto em subidas de escadas e até em carros em movimento.
Assim como em fotos, ela também disponibiliza uma linha cuja influência é o horizonte, recurso que ajuda bastante a não deixar os quadros tortos e só perceber depois. Também não há o que reclamar de seu microfone; captação limpa e sem ruídos, mas, vale lembrar que seu alcance não é dos maiores.
Recursos criativos
A base dos recursos criativos que a câmera oferece está em sua oferta de filtros e, com isso, algumas marcas autorais alcançadas somente em edição por Photoshop podem aplicados na hora do disparo. São 13 filtros ligados a intensidade de luz e saturação de cor. Um deles, inclusive, é capaz de selecionar somente uma cor (Vermelho / Laranja / Amarelo / Verde / Azul / Roxo) para destaque e deixar o resto em PB, e o resultado fica bem legal.

Aos saudosos da película, a FujiFilm preparou uma série de filtros especial, que simula a coloração presente em famosos filmes da marca, como o Velvia e o ASTIA. Claro que os resultados não são idênticos, até porque, o material e os referentes de visão são bem diferentes, mas dá bem para refrescar a memória e sentir o gostinho.

A opção panorâmica também é bem legal; mostra o procedimento de forma didática e o tempo entre a captação de uma imagem e sua sequente era bom, sem pressa. Tudo isso evita (e muito!) a sobreposição de imagens. À exemplo, em todas as fotos tiradas durante os testes, nenhuma delas houve sobreposição.
Compartilhamento
O conjunto de recursos de transmissão de dados da XQ1 é mais um ponto a somar ao interessado no modelo. Além da transmissão via cabo USB, ela também oferece um competente transporte via Wi-Fi. O usuário pode conectar de seu desktop pela rede interna da XQ1, sem necessidade de ID ou senha, ou baixar o aplicativo FujiFilm Camera Application em celulares e tablets com Android ou iOS.
O procedimento é bem fácil e rápido: baixou o app, fez o pareamento e as imagens já aparecem no display do gadget. Aos viciados que curtem compartilhar com os amigos as fotos nas redes sociais, mas não contam com um boa câmera de celular, está aí uma boa solução.
Custo-benefício
A XQ1 chegou ao Brasil pelo salgado valor de R$ 1.599 e isso, inegavelmente, tende a deixá-la no meio do caminho de seu padrão de consumidor. Seus resultados são muitos bons, mas, os que desejam uma compacta para tirar boas fotos no automático, podem encontrar modelos por até menos de R$ 1.000. Para quem quer qualidade em fotos manuais, acham semiprofissionais de porte de primeira ou segunda mão pela mesma margem de preço, mas com vantagens em sensor, lentes intercambiáveis, entre outras vantagens.
O ponto que, talvez, justifique pagar esse valor é a parceria entre portabilidade (que não deve ser confundida com resistência) e qualidade gerada pela máquina. Então, se você deseja uma compacta de bolsa, bonitinha e cheia de qualidade e recursos (e pode investir nisso), a compra é mais que recomendada. Caso contrário, aguardar uma promoção pode ser a melhor solução.
