Ghost Recon: Wildlands marca o retorno de uma série da Ubisoft que foi deixada de lado por alguns anos. Agora, no PC, PS4 e Xbox One, Wildlands é a estreia de Ghost Recon em uma nova era, elevando o nível do game de tiro tático. Será que o retorno de Ghost Recon foi bem trabalhado e digno do que já foi a série? Confira em nossa análise completa.
Veja requisitos de Ghost Recon: Wildlands no PC
Bolívia dominada
Ghost Recon: Wildlands se passa em uma versão fictícia da Bolívia, que foi dominada por um dos mais poderosos carteis de drogas do mundo, o Santa Blanca, transformando-se quase que em um novo país. Por trás disso há um grande chefão, além de outros nomes menores. Após um agente secreto dos Estados Unidos ser raptado e morto em missão, uma unidade especial de Ghosts é enviada ao país para acabar com a evolução dos criminosos.

Como um típico jogo de tiro moderno com personagens militares norte-americanos, a história de Ghost Recon envolve pouca coisa além de "somos dos Estados Unidos e estamos aqui para te proteger". É claro que a história evolui um pouco mais adiante, com novos personagens entrando na trama, mas não espere por muito.
Isso não chega a ser um defeito, já que a série Ghost Recon não é famosa por seus enredos – o foco, geralmente, está na jogabilidade –, mas é sempre bom deixar claro do que se trata a trama do game para não criar expectativas ou decepções.

Na verdade, o game deixa a história bem solta após a primeira missão. Há missões centrais e outras paralelas, mas o jogo não oferece um caminho linear para ser seguido, então outras subtramas entram no enredo e você nem percebe. Chega a ficar um pouco confuso, já que os personagens de sua equipe são um pouco genéricos.
Tiro tático de primeira
Como todo Ghost Recon, Wildlands mantém a jogabilidade de tiro tático. Ou seja, o game não é simplesmente de tiro e ação. É preciso pensar antes de agir. Seu personagem comanda uma equipe de Ghosts, os agentes especiais dos Estados Unidos. A partir deles é possível invadir um local com muita maestria, mas dependendo, claro, de seus próprios comandos.

Normalmente, em Ghost Recon: Wildlands, o jogador vai andar e atirar com a jogabilidade padrão em terceira pessoa – com a possibilidade de entrar na visão de primeira pessoa, quando a mira da arma estiver mais ativa. Porém, o foco do jogo está na administração em tempo real de sua equipe de aliados controlados pelo computador.
É verdade que, no início, é um pouco confuso. Mesmo para quem já jogou os Ghost Recon passados. Não foram poucas as vezes que pressionamos os botões errados ou movemos a câmera equivocadamente na hora de enviar comandos à equipe. A Ubisoft não desenvolveu um sistema tão dinâmico assim, a ponto de ser intuitivo. Uma pequena confusão ocorre, ainda que seja logo ultrapassada pelo costume dos controles.

Porém, quando o jogador se acostuma com os comandos, o resultado é maravilhoso. Ter à disposição um equipe tática que vai seguir todas as suas ordens traz um bom resultado para as missões, tanto visualmente quanto em termos de jogabilidade. Invadir um local com atiradores de elite posicionados, ou até mesmo de forma furtiva, apenas com silenciadores, e dar o comando exato para seu aliado abater um inimigo é gratificante, e é algo que a série Ghost Recon sempre fez com qualidade.
Esse bom nível é mantido em Wildlands, que traz muitos elementos clássicos de volta, como a administração de equipe, e acrescenta novos pontos à fórmula, sem medo de modernizar a série, como pequenos elementos de RPG – evolução de personagem, itens com raridade e muito mais.

O multiplayer
Como manda a “regra do jogo moderno”, também há o modo multiplayer, que pode ser acessado de forma rápida e prática e em tempo real. Desta forma, os jogadores que entram substituem os membros da equipe controlados pelo computador. Os comandos ainda podem ser usados, mas apenas para sinalizar sua vontade em equipe. O ideal, no modo multijogador, é usar um microfone ou headset para falar com seus aliados em tempo real e ter um resultado melhor.
Apesar de ter demorado um pouco para encontrar partidas, possivelmente por termos jogado bem próximo ao lançamento, o “matchmaking” de Wildlands funcionou muito bem. Dois jogadores entraram na nossa primeira sessão sem muita complicação e, no segundo seguinte, já estávamos trocando estratégias por meio do microfone.

Também não houve lag notável ou desconexões, o que indica que os servidores estão bem trabalhados em Wildlands. Apesar de não ser totalmente online, e ter sua campanha para um jogador, o novo Ghost Recon roda com conexão constante, sempre aberto a novas incursões de outros jogadores, que podem te ajudar em missões futuras.
Um mundo aberto sem igual
Como prometido pela Ubisoft durante a revelação do jogo, na E3 de 2015, Wildlands é um jogo de mundo aberto de enormes proporções. Este talvez seja o maior mundo aberto já criado pela produtora e editora. Percebemos isso logo na primeira hora do jogo, enquanto as missões ainda eram bem distantes entre si.

Entretanto, assim como em GTA e em outros jogos de mundo aberto, há uma grande liberdade para concluir as missões dispostas ao longo da campanha. Você pode ter abordagem furtiva, se a missão pedir, mas também pode chegar “metralhando” todo mundo. O local da missão é longe? Vá de carro ou pegue um helicóptero na base da gangue mais próxima, mesmo nos primeiros minutos de jogo, sem qualquer restrição, e vá até lá voando.
O mundo de Wildlands é aberto, livre e com muitas possibilidades, e é isso que faz dele bom de verdade. Sem medo de errar, a Ubisoft livrou os jogadores das amarras e fez com que o game fosse realmente interessante para quem gosta deste estilo.

É claro que há a barreira natural do próprio mundo – o jogo se passa em uma grande área da Bolívia fictícia –, mas chegar lá vai levar algum tempo e, mesmo assim, não será possível passar pelos obstáculos do caminho tão facilmente.
Visual ok, mas com pequenos problemas
Ghost Recon: Wildlands tem um visual bom. Nada excepcional, mas que não compromete. A criação de personagem, no início do game, é bem completa em termos de design, com a possibilidade de modificar quase todos os elementos do agente, incluindo detalhes de pintura. Os cenários são vastos e vivos, apesar de parecerem um pouco genérico durante algum tempo.

Wildlands faz o serviço direito quanto ao visual geral e design de seu mundo aberto. Porém, o jogo paga seu preço por ser “tão” aberto e apresenta pequenos bugs, possivelmente pela falta de testes adicionais de um conteúdo tão vasto – e com uma meta de tempo curta, como é geralmente na produção de um game.
Não foi raro nos deparamos com alguns bugs visuais e de jogabilidade ao longo da aventura. Um de nossos personagens do esquadrão ficou preso dentro de uma montanha enquanto partíamos para outra missão. Quando decidimos, enfim, seguir em frente e “buscá-lo depois, de alguma forma”, ele simplesmente se teleportou para dentro do veículo, como se nunca tivesse saído de lá.

Voltamos a repetir: bugs assim costumam ser bem comuns em jogos de mundo aberto, principalmente frente ao lançamento. Com o tempo, eles são identificados e limados com atualizações online. Mas, ainda assim, chateia um pouco ver eles ocorrendo, ainda que não prejudique o jogo – ao menos na maioria dos casos.
A dublagem brasileira está ótima, com boas expressões que misturam português e espanhol, entre elas algumas hilárias. Há também xingamentos e palavrões. A trilha sonora não brilha, mas não compromete.
Conclusão
Ghost Recon volta com uma nova roupagem em Wildlands. Agora, em sistema de mundo aberto, como a maioria dos jogos da Ubisoft, o game de ação e tiro tático se renova para os tempos atuais e mais acerta do que erra. Os controles são bons, apesar de inicialmente confusos, e os gráficos fazem seu serviço direito. O mundo aberto é gigante e oferece muita liberdade na hora de decidir como realizar as missões. Pequenos bugs comprometem a diversão de forma tímida e uma certa demora na hora de encontrar outros usuários no multiplayer pode indicar problemas futuros – mas, por enquanto, nada que comprometa de verdade o fator diversão presente na grande aventura que é Wildlands.
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