Fazer o review do LG Optimus G Pro parece tarefa difícil, mas não é. Afinal, o foblet da sul-coreana ainda é um dos aparelhos mais completos, velozes e versáteis do mercado. Tem um preço bem atrativo, levando-se em consideração os rivais e suas configurações. E ainda tem a vantagem de uma tela realmente grande, com imagem impecável – ainda que, para uns, o tamanho possa ser considerado um ponto negativo.

Hardware
Para começo de conversa, é preciso saber o poder que temos em mãos: uma tela Full HD 5,5 polegadas, 2 GB de RAM e um processador Qualcomm Snapdragon 600 quad-core de 1,7 GHz. Para se ter uma ideia, o Galaxy S4 roda o mesmo Snapdragon 600, só que a 1,9 GHz. O aparelho vem com 16 GB de memória interna, com entrada para cartão microSD. Ele conta ainda com uma câmera de 13 megapixels e uma respeitável bateria de 3.040 mAh, o que garante uma autonomia maior do que a maioria dos rivais - ainda que estes tenham telas menores e configurações mais modestas.

Design e usabilidade
O Optimus G Pro vem em uma caixa elegante, com detalhes prateados, e chama atenção assim que a tampa é retirada. Ao lado do G Pro, seu smartphone vai virar uma criança. E essa sensação vai te acompanhar sempre: seja ao assistir a um vídeo no metrô, puxar o celular para atender uma ligação, tirar uma foto, jogar ou ainda digitar algum texto, o top da LG chama atenção.

No entanto, a mesma tela que enche de orgulho pode afastar muita gente. “Eu, hein...” e “O que é isso? Um tablet?” são alguns dos comentários que você pode ouvir. Mas tudo bem, afinal, nenhum smartphone agrada a todos mesmo. Basta se acostumar com a pegada do aparelho – tenha você mãos grandes ou pequenas – que voltar para os smartphones tradicionais vai ser um processo sofrido.

O Optimus G Pro tem apenas um botão central físico. Ambos os laterais (voltar e menu) são virtuais e permanecem apagados. Na base, o conector microUSB (para recarga e dados) e o microfone. No topo, outro microfone e um sensor infravermelho (sim, aparelhos modernos têm isso).
Em suas laterais, o G Pro traz, à direita, o botão liga e desliga. À esquerda, os mais legais do aparelho: o volume e o botão de atalhos, que vem pré-configurado de fábrica para acessar o QuickMemo (do qual falaremos mais adiante), mas pode ativar o que você quiser. Na traseira, o G Pro exibe sua câmera (com um visual bem simplório) e o flash LED, além das ranhuras do alto-falante.


Aliás, a traseira tem a “assinatura” da LG: o padrão “pixelado”, recheado de quadradinhos, emprestado do Nexus 4 (que também é da LG). Sobre isso, aliás, muita gente elogia o acabamento do aparelho feito em parceria com o Google, um enorme vidro. O G Pro, no entanto, traz uma tampa traseira de plástico. O vidro pode ser mais elegante e nobre, mas quebra com facilidade e é um problema caro trocá-lo. O plástico, por sua vez, é mais resistente, embora seu encaixe – com puxadores “à unha” – seja irritante e dê uma sensação eterna de “agora ele quebra”.

Uma vez aberta a tampa (não, ela não quebrou...), vemos a enorme bateria, os contatos NFC e os slots para microSIM e microSD. Aliás, esse padrão de “esconder” os chips é uma tendência da qual apenas Sony e Nokia vêm fugindo, eventualmente, com slots de abertura laterais, que facilitam a colocação e a retirada dos chipzinhos. Ou seja, no caso do G Pro, cada vez que você precisar trocar ou tirar um dos chips, lá vamos nós estalar a tampa traseira de novo…

Usar o G Pro é o grande "X" da questão. Mãos grandes irão se acostumar rápido e, praticamente, não irão sentir a diferença. Mãos menores, no entanto, precisarão de um tempo de adaptação. Mas esse, afinal, é o grande barato dos foblets: ter uma experiência semelhante a dos tablets sem abrir mão da portabilidade e da funcionalidade dos smartphones.


Para os puristas, o G Pro vem de fábrica com um excelente par de fones de ouvido. O QuadBeat Pro é equilibrado e tem um acabamento que funciona surpreendentemente bem como isolante passivo de ruídos. O cabo flat (estilo macarrão) é garantia de durabilidade e resistência. Enfim, não vai deixar nada a desejar às marcas top disponíveis. O único ponto negativo é o detalhe LG, no maior estilo "cheguei", exatamente no tampo dos fones.

Câmera
Mas agora vamos falar de coisa boa. Vamos falar da câmera do Optimus G Pro. Ela é boa, não chega a ser excelente, mas consegue um resultado bem acima da média. Com seus 13 megapixels – e features como disparo por voz, até 20 cliques múltiplos e um HDR bem honesto, nas condições normais de iluminação - as fotos impressionam. O foco é lento (a Apple segue imbatível nisso) e o contraste é fraco (deixa alguns pontos bem esquisitos na imagem), mas o balanço de cores é bem próximo do ideal. Como toda câmera de smartphone, quando ampliadas, as fotos sofrem com ruídos.

Em ambientes escuros, o G Pro sofre um pouquinho mais. E o flash LED só ajuda quando tudo o que não está em primeiro plano é importante. Para um aparelho deste tamanho, talvez o jogo de lentes possa ser repensado, já que há (muito) mais espaço para isso. Mas, no geral, o aparelho produz fotos bem equilibradas. No comparativo com um iPhone 4S, em condições extremas de luz, o G Pro consegue maior profundidade de campo, mas o rival da Apple consegue menos chroma noise e uma maior nitidez. Ou seja, perto do gigante, o pequenino ainda faz bonito nas fotos.

A câmera do G Pro tem alguns recursos, como o filtro de imperfeição (que corrige a pele) e usar a frontal e a traseira ao mesmo tempo, fazendo uma esquisita montagem com o fundo, da câmera principal, e seu rosto, da câmera secundária. Aliás, esta é um dos pontos baixos do aparelho. Apesar de ter 2,1 megapixels e ser Full HD, as imagens parecem VGA, dada a pobre qualidade de captação. O aparelho também faz fotos panorama, em excelente qualidade, aliás.
Quando o assunto é vídeo, o G Pro surpreende: o som é ótimo (os filtros de ruído da LG vão muito bem, obrigado) e o foco fica mais rápido do que a média – o que é bem intrigante. A 1080p, se você tiver a mão firme, os vídeos saem com uma qualidade excelente. Mas basta a luz não ser favorável para o simples jogo de lentes começar a bater pino de novo…
Tela e interface
Da tela não é preciso falar muito. São 5,5 polegadas, operando na resolução de 1920 x 1080, com cores vivas, brilho equilibradíssimo e resposta rápida – que às vezes dá até a impressão de que você nem precisou tocar a tela. O aparelho é quase “borderless”, ou seja, sem bordas. E o painel IPS é o responsável pelas imagens nítidas não importa o ângulo do qual você observe.


O aparelho conta ainda com recursos “tela inteligente”, que a deixa ligada quando o aparelho detecta seus olhos, e “vídeo inteligente”, que pausa o mesmo quando você desvia o olhar.
O LG Optimus G Pro vem de fábrica com Android 4.1.2, o Jelly Bean, alterado pela fabricante para trazer os aplicativos nativos, no pacote chamado Optimus UI. Os apps são separados por abas: nativos, downloads e widgets, otimizando bastante o espaço.

No pacote LG, destaque para três aplicativos: o LG Backup, que faz exatamente aquilo que propõe, o Quick Remote, que transforma o foblet em um controle remoto universal (funcionou em todos as TVs, DVDs e etc. testados) e o QuickMemo, o mais legal de todos. Ao iniciá-lo, você pode escrever recados rápidos na tela e salvá-los, de modo a não perder nada – como o telefone de alguém com quem está conversando, por exemplo, ou comentários sobre uma apresentação ou foto.


Ainda sobre a interface do LG Optimus G Pro, vale a pena uma dica: a primeira coisa que você deve fazer é trocar o teclado virtual nativo, que é bem ruim – pouca sensibilidade, teclas mal posicionadas, demora no tempo de resposta e autocorretor que vai te colocar numa fria logo, logo. O mais popular do mercado, SwiftKey, funciona que é uma maravilha no foblet. Talvez por isso muita gente sinta falta de uma caneta stylus, como no rival Galaxy Note 3, da Samsung. Mas temos que concordar: esse negócio de canetinha já era, né? Para que ter uma, se você irá perdê-la em dois tempos? Dá para fazer tudo com os dedos. Trocando-se o teclado, claro…

Conclusão
Com seu hardware de respeito e um sistema operacional redondo, o Optimus G Pro entrega velocidade, conforto e segurança. O aparelho roda multitarefa tranquilamente – é possível ver um vídeo Full HD enquanto lê um documento ou navega pela Internet. De fato, nos testes feitos com o AnTuTu Benchmark, o G Pro ficou praticamente empatado com gente grande como o Galaxy S4 (quad) e bem à frente do rival Galaxy Note 2.

No geral, o LG Optimus G Pro é top. Ele é leve, elegante, tem uma excelente tela, uma boa autonomia de bateria, é rápido, roda qualquer vídeo (com legendas), tem uma bela suíte de aplicativos. Sua câmera, no entanto, não é excepcional, mas não vai te deixar na mão.
Embora não figure como tal no mercado (com seu preço entre R$ 1.500 e R$ 2.000), trata-se de uma excelente opção de aparelho poderoso que substitui seu tablet, seu e-reader, sua câmera fotográfica compacta e ainda faz e recebe ligações. O difícil mesmo é evitar que seu aparelho vire “cobaia” para ver quem tem mão grande e mão pequena.
* Colaboraram Anna Kellen Bull, Luciana Maline e Bruno Alves