O Moto Z é o celular top de linha da Motorola/Lenovo que tem como diferencial o design modular. O smartphone foi anunciado durante o Lenovo Tech World, em junho de 2016, e desembarcou no Brasil em setembro deste ano, acompanhado do Moto Z Play, seu irmão mais barato.
Moto Z, Z Play e Z Force: conheça as diferenças entre os tops da Lenovo
O modelo tem 4 GB de memória RAM, 64 GB de armazenamento interno, processador Snapdragon 820 quad-core de até 1,8 GHz, além de outras configurações poderosas. O grande concorrente do Moto Z é o LG G5 SE, afinal, os dois são os únicos smartphones modulares vendidos no Brasil.
O aparelho também disputa a preferência do consumidor com smartphones poderosos, como Galaxy S7, Galaxy S7 Edge, iPhone 6S e iPhone 6S Plus, enquanto o iPhone 7 não chega ao Brasil. O TechTudo testou o smartphone modular da Motorola, que está sendo vendido por a partir de R$ 3.199. Confira nossas impressões neste review.

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Design
O Moto Z tem belíssimo design, feito em alumínio e aço
inoxidável. O celular está disponível nas cores preto com grafite e branco com
dourado. Ele mede 75,3 mm de largura por 153, 3 mm de altura e 5,19 mm de
profundidade e pesa apenas 136 gramas. Segundo a fabricante, esse é o
smartphone premium mais fino do mundo. A espessura e a leveza do aparelho, no
entanto, têm uma explicação: os Moto Snaps. Como o aparelho é modular e os
snaps são acoplados na parte traseira do celular, o smartphone não poderia ser
muito grosso pois ficaria ainda mais espesso quando acessório fosse
acrescentado. Assim, o transporte no bolso ficaria mais difícil, por exemplo. Durante os testes, ele foi bem fiel ao que se propôs e não mostrou dificuldades na portabilidade, apesar de seu tamanho grande.
Testamos o Moto Z e o Moto Z Force durante o Lenovo Tech World; veja nossas impressões.
Na parte traseira, um detalhe que chama atenção é o “calombo” formado pela câmera. Apesar disso, o celular vem com uma capa extra, a Moto Style Shell, que pode ser de madeira, couro ou tecido e que deixa a câmera sobressaliente menos visível, já que iguala a parte de trás.
Na parte da frente, o Moto Z lembra bastante o Moto G 4 Plus, com leitor de impressões digitais, que serve tanto para bloquear, como
para desbloquear a tela. Durante os testes, o reconhecimento da digital se mostrou muito rápido
e ainda foi possível cadastrar vários dedos.
Na lateral direita, estão os botões de aumentar e diminuir o
volume e o de bloqueio/desbloqueio da tela (que também liga/desliga o
telefone). Se você optar por cadastrar a digital, quase não irá usar o botão
lateral. Já que o telefone tem sensor de proximidade, que acende a tela sempre
que a mão se aproxima. A posição dos botões facilita na hora de tirar print de
tela, pressionando ao mesmo tempo os botões de diminuir o volume e de bloqueio
de tela.

Um ponto negativo do design do Moto Z é a falta de entrada
padrão para fones de ouvido. Por ser fino demais, o celular não tem espessura
para possuir a entrada de 3,5 mm. Por isso, ele tem apenas uma entrada do tipo USB-C,
que torna o carregamento mais rápido e facilita na hora de colocar o cabo, que
é simétrico.
No entanto, a opção por ter somente esse tipo de conexão no Moto Z
trouxe duas desvantagens para o celular. A primeira é que não é possível
carregar o celular e ouvir música no fone ao mesmo tempo. A segunda é que a
Motorola coloca na caixa do smartphone um fone com entrada padrão de 3,5 mm e
um adaptador. Isso significa que sempre que o usuário quiser ouvir algo pelo
fone terá que usar o adaptador. Ao contrário do que a Apple fez com o iPhone 7,
por exemplo, que ganhou um fone com entrada Lightning, a Motorola só complicou
ao vida do consumidor ao exigir o adaptador para o uso de fone.
Tela
A tela do Moto Z tem 5,5 polegadas e resolução Quad HD (2560 x 1440 pixels), com densidade de 535 pixels por polegada (ppi). Graças à boa densidade, as imagens que aparecem no display têm ótima qualidade e não ficam com aquele aspecto pixelado, ou seja, não é possível enxergar aqueles "quadradinhos".
A tecnologia AMOLED presente na tela proporciona mais nitidez e brilho, com cores vivas e bem definidas, ou seja, o preto é preto e o branco é branco. Apesar de ser feita de vidro, o que pode causar alguns reflexos, visualizar a tela no sol não será um problema para os usuários. O touch do telefone também é satisfatório. Ele respondeu aos comandos bem e, durante os testes, não foi preciso tocar mais de uma vez para que o celular executasse alguma ação.
Outro aspecto que vale ressaltar é que a tela tem proteção Gorilla Glass 4 contra arranhões. Graças à essa característica, o usuário pode levar tranquilamente o smartphone na bolsa ou no bolso, em contato com outros objetos, como chaves, sem que seu aparelho seja danificado. Apesar disso, o celular não tem proteção contra água e poeira, garantida pela certificação IP 68. Por isso, é bom ter cuidado.

Desempenho
O Moto Z tem ótimo desempenho, digno de um celular top de
linha. O processador é um Snapdragon 820 com CPU quad-core de até 1,8 GHz e GPU
Adreno 530, que fica completo com 4 GB de memória RAM. O celular roda com
facilidade os aplicativos e não trava mesmo com várias aplicações abertas simultaneamente.
Inclusive, durante os testes o celular rodou bem o jogo Pokémon Go, que é
pesado e exige bastante do smartphone.
Apesar da polêmica em torno do processador, que é mais
potente no Moto Z dos Estados Unidos (com 2,2 GHz de frequência), a versão
brasileira do celular não deixa a desejar. Essa discrepância entre os
processadores só deve fazer diferença após muito tempo de uso, quando o celular
já tem vários apps instalados e começa a ficar lento. Assim, quanto melhores
forem as especificações, melhor será o desempenho.

Para completar, o smartphone tem memória interna de 64 GB e
ainda aceita cartão microSD de até 2 TB. Ou seja, o Moto Z oferece espaço de
sobra para armazenar mídias e aplicativos.
O aparelho conta ainda com conexão 4G, Wi-Fi, Bluetooth, NFC
e GPS. Apesar de ser dual-chip, o modelo não comporta dois chips e um cartão
de memória ao mesmo tempo. Assim como os celulares mais recentes, o usuário
deve optar por usar dois SIMs ou o cartão de memória. Como o smartphone tem
excelente quantidade de memória interna, isso não deve ser um problema.
Sistema Operacional
O Moto Z vem com Android 6.0 Marshmallow instalado. O sistema operacional não sofre modificações da fabricante, como a Samsung costuma fazer. A vantagem é um sistema puro e mais fluido, com menos travamentos. No entanto, ele tem uma interface mais sóbria e menos personalizada.

A fabricante promete atualização para a versão mais recente do S.O. do Google, o Android 7.0 Nougat, que tem novo sistema de economia de bateria, emojis mais humanos, respostas rápidas nas notificações e modo multi-janelas. No entanto, ainda não foi divulgada uma data para o update.
Câmera
Outro ponto positivo do Moto Z é a câmera. Apesar de não ser nada excepcional, o celular proporciona ótimas fotos. O sensor traseiro
tem 13 megapixels, número que pode parecer pouco se considerarmos que o intermediário da marca, Moto G 4, também possui essa especificação. No entanto, a qualidade das fotos é satisfatória, até porque a quantidade de megapixels não é o único fator importante na câmera de um smartphone. Já na câmera frontal, ele tem 8 MP, quantidade suficiente para produzir ótimas selfies.
Ambas câmeras possuem flash para ajudar a fotografar em ambientes mais
escuros. No entanto, o recurso de flash deve ser usado com moderação, pois
costuma deixar as fotos "estouradas", com aspecto embranquecido.
O modo HDR é outra vantagem da câmera, que equilibra zonas
claras e escuras da imagem. Além disso, o celular tem um modo profissional que
permite controlar ISO, balanço de branco e abertura da câmera, além de contar
com autofoco a laser e estabilização óptica de imagem (OIS) para fotos mais
nítidas. Este recurso, além de prático, é útil principalmente para fotos noturnas, já que consegue aproveitar melhor a câmera em lugares com pouca luz. Ele ainda garante maior autonomia do uso da câmera, e não deixa os usuários reféns de características automáticas.

O celular ainda produz vídeos em 4K
a 30 frames por segundo e em Full HD (1080p) a 60 fps. Esse recurso não é nenhuma vantagem, visto que já se tornou um padrão nos celulares top de linha, mas garante filmagens com alta qualidade. Além disso, na hora de assistir aos vídeos, é possível perceber que eles fluem bem, com transições suaves entre os planos.
O Moto Z conta também com o modo
de filmagem em câmera lenta, mas que tem a qualidade bastante
reduzida, produzindo imagens bem "pixeladas".
Para melhorar ainda mais a câmera do smartphone da Motorola, em outubro, o
celular vai receber um módulo de câmera, que promete uma experiência
fotográfica superior.
Bateria
Apesar de não ter a bateria mais potente da família, já que
o Moto Z Play oferece até 50 horas longe do carregador, segundo a fabricante, a
bateria do Moto Z é boa e dura o dia todo com tranquilidade para usuários moderados.
Com 2.600 mAh de bateria, a Motorola promete duração de um dia inteiro de uso
misto. Outra vantagem é que o Moto Z tem carregador Turbo Power, que oferece
“até sete horas de bateria em quinze minutos na tomada”. Na prática, isso
significa que a bateria do Moto Z carrega completamente em cerca de uma hora.

A bateria não deve ser um problema para os donos do Moto Z.
Além de ter boa duração e carregamento rápido, o celular tem um módulo de
bateria para aumentar ainda mais sua potência. Ele oferece mais 2.220 mAh e
promete aumentar a autonomia do celular em até 20 horas. O usuário pode sair
com o módulo já conectado ao celular e ter a garantia de que não ficará sem
bateria enquanto estiver na rua.
Moto Snap
Os Moto Snaps são o grande destaque do Moto Z. Eles fazem a
compra valer a pena e são uma das inovações mais recentes no mercado de
celulares. O Moto Z acompanha módulos, que são como capinhas e adicionam
funções extras ao celular. A tecnologia funciona por meio de magnetismo, ou
seja, os módulos são acoplados graças a ímãs que os conectam ao aparelho (uns
pinos dourados na parte traseira).

A instalação é muito fácil e intuitiva. Basta encaixar o
módulo no celular, que ele reconhece automaticamente. Apenas no primeiro uso é
exigida uma configuração. Os Snaps não se desgrudam com facilidade, mas para
retirar algum do celular, é só puxar com um pouco mais de força.
Como já mencionado acima, o Incipio offGRID Power Pack
acrescenta 2.220 mAh de bateria ao Moto Z. O acessório é uma ótima forma de
manter o celular sempre carregado, além de ser fácil de transportar.
O módulo de som da JBS promete transformar o celular em uma
potente caixa de som e, de fato, cumpre. O Sound Boost possui dois
alto-falantes de 3 W para melhorar a qualidade das músicas reproduzidas poie
seu smartphone para deixar vídeos e música mais envolventes.

Já o Insta-Share Projector é o módulo que transforma o Moto
Z em um projetor de até 70 polegadas (de acordo com a distância entre o módulo e
a superfície). Basta plugar o Snap no celular, que ele vai projetar o conteúdo
do display em outra superfície. A qualidade da imagem formada é surpreendente,
visto que o acessório é tão pequeno e pode ser levado para qualquer lugar, para
ver fotos ou assistir filmes.

A possibilidade de projetar a tela do celular não é novidade
trazida pelo Moto Z. O Galaxy Bean, lançado há quatro anos, já trouxe essa
inovação. Ainda assim, é um recurso que impressiona os usuários. Só é uma pena
não ser possível usar dois módulos juntos. A combinação entre os snaps projetor
e de som seria perfeita.
A capa Moto Style Shell também é um dos módulos do Moto Z.
Ela não adiciona nenhuma função ao celular, mas é acoplada pelos ímãs e permite
personalizar a aparência do smartphone, com diferentes cores e texturas.

O único módulo que não foi testado pelo TechTudo foi o Hasselblad
True Zoom, voltado para fotos, que promete deixar a câmera do celular com
qualidade profissional. Esse acessório só estará disponível para compra a
partir do final de outubro, segundo a fabricante.
Vale ressaltar que todos os módulos aumentam a bateria do
aparelho (para que o celular aguente por mais tempo) e que são recarregados
facilmente por meio de um cabo USB-C, assim como o celular. Basta conectar os
Snaps à tomada que eles começarão a carregar. O único que não carrega sozinho é
o módulo de bateria. Ou seja, ele precisa estar conectado ao celular para
carregar.

Diferentemente do LG G5 (e de sua versão especial, o LG G5
SE), os acessórios do Moto Z levam vantagem porque têm formato de case. No
modelo concorrente, é preciso desligar o celular para conectar os acessórios
internamente.
Outra informação importante é que a Motorola diz estar
trabalhando em parceria com outras empresas para expandir o número de Snaps e
que todos serão compatíveis com as próximas gerações do Moto Z.
Custo-benefício
O Moto Z por si só já é um celular atraente, com boas especificações, câmera de qualidade e bateria duradoura. No entanto, as qualidades do aparelho não justificam o preço de R$ 3.199. Por valores menores é possível comprar smartphones que prometem desempenho tão bom quanto o da Motorola, como o Galaxy S7 e o iPhone 6, que podem ser encontrados no varejo nacional por menos de R$ 3.000.

Apesar disso, a compra do Moto Z vale a pena pelos Moto
Snaps, o grande diferencial do aparelho. São eles que justificam o preço mais
salgado do smartphone e que o fazem sair na frente de qualquer concorrente.
O JBL SoundBoost pode ser comprado na loja oficial da
Motorola por R$ 698,99, enquanto o Incipio offGRID Power Pack custa R$ 399,00.
O Moto Insta-Share Projector custa R$ 1.499,00 e por esse
mesmo preço será possível adquirir o Hasselblad True Zoom. Ainda é possível
comprar as capas Moto Style Shell por R$ 99,00 cada uma. Com tantos acessórios,
o usuário terá que desembolsar uma boa quantia para ter um Moto Z completo. É
aí que está a vantagem de comprar o kit.

O Moto Z acompanhado do Snap Incípio offGRID Power Pack e de
uma capa Moto Style Shell sai por R$ 3.199,01. Se você adicionar o Snap JBL
Sound Boost Preto, o valor vai para R$ 3.499,00. Se optar por levar o Moto Z, a
capa, o módulo de bateria e o Insta-Share Projector ou o Hasselblad True Zoom, o
valor vai para R$ 3.999. É por isso que a vantagem de comprar o Moto Z está no
kit. Assim, o usuário adquire os acessórios por um preço mais em conta.
O Moto Z é uma agradável surpresa. Os usuários
não vão se arrepender do investimento, principalmente se a Motorola levar a
sério a continuação dos Snaps e trouxer mais novidades para potencializar o
smartphone.
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